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Na Comissão do impeachment, deputados fizeram fila para falar

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BRASÍLIA — Estava marcado para 14h. O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da Comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff, começaria a ler o relatório favorável à continuidade do processo. Nada de sessão atrasada: os 65 parlamentares escolhidos como membros abraçaram a celeridade que tem guiado o rito — antes mesmo do horário agendado, vários faziam fila em frente à porta da sala. Disputavam um espaço na tribuna da Comissão, cuja lista de oradores é preenchida conforme a ordem de chegada. A expectativa pela abertura do plenário destoava do clima tenso dos corredores do Congresso nas últimas semanas. Fora dos holofotes, deputados do governo e da oposição davam um tempo na luta política para a descontração. Ivan Valente (SP), líder do PSOL, disse que nunca viu tantos oradores na Casa.

— Deve ter uns 513 aqui agora — disse Valente, se referindo à totalidade do número de deputados.

Parlamentares de um lado e outro faziam piadas. “Ô Arlindo, você tá furando fila”, disse um oposicionista a Arlindo Chinaglia (PT-SP).

— Aqui não tem esse negócio de ser maior ou menor bancada, não. É quem chegou primeiro — disse outro deputado.

Na dianteira da fila, uma figura controversa da política brasileira esperava para pleitear o microfone da sessão.

— Estou aqui. Agora quero ver se vão me deixar falar — disse Paulo Maluf (PP-SP).

“Se deixarem, falo”, afirmou Maluf. O deputado, titular na comissão do impeachment, tem revisto sua posição quanto ao impedimento da presidente. Alinhado à visão do governo até terça-feira, Maluf agora condena a estratégia de negociação de cargos do governo em troca de votos contrários ao processo. Nesse momento, diz estar na “coluna do meio”. Ele cultiva boa relação com o ex-presidente Lula desde que se aproximaram na eleição do atual prefeito paulista, Fernando Haddad (PT).


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