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MPF denuncia oito envolvidos em fraudes no Postalis

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SÃO PAULO – O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou oito pessoas envolvidas em fraudes que geraram prejuízos milionários ao Postalis, o instituto de previdência complementar dos funcionários dos Correios. Inquérito da Polícia federal (PF), que resultou na Operação Positus, identificou fraudes na gestão do fundo, num esquema que envolvia negociação de títulos superfaturados no mercado de capitais no período de 2009 a 2011 e que teriam provocado perdas de mais de US$ 140 milhões, o equivalente a R$ 465 milhões, às contas do Postalis.

De acordo com o MPF, a maior parte desses recursos teria sido desviada na forma de comissão aos acusados. A denúncia foi encaminhada ontem à 2ª Vara Criminal da Justiça Federal pela procuradora Karen Louise Khan,

São acusados dos crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta e apropriação ilegal de recursos financeiros o ex-presidente do Postalis, Alexaj Predtechensky, e Fabrizio Dulcetti Neves, executivo da empresa de investimentos Atlântica tido como mentor do esquema de desvios. As fraudes foram executadas com o uso de offshores ligadas a Fabrizio e a seus sócios na Atlântica, Leandro Ecker, André Barbiere Perpétuo e Cristiano Arndt. Todos foram denunciados, à exceção de Arndt, que morreu recentemente.

“Restou claro o objetivo fraudulento das negociações realizadas com os ativos de crédito privado no exterior, antes de seu ingresso nas carteiras dos dois fundos de investimento, inexistindo justificativa lógica ou aceitável para os aumentos exorbitantes nos preços de negociação dos títulos. Estes, ademais, redundaram em lucros substanciais a pessoas que justamente tinham o poder de influenciar as decisões de investimento dos fundos”, escreveu a procuradora Karen Kahn, sobre a denúncia.

De acordo com o MPF, o esquema, juntamente com outras fraudes, levou ao atual rombo de R$ 4,09 bilhões nos fundos de pensão, segundo dados do Plano de Equacionamento do Déficit 2014, aprovado em março deste ano. Por conta do desfalque, os servidores dos Correios participantes do plano de previdência, bem como aposentados e pensionistas, estão desde maio arcando com a cobrança extraordinária de 17,92%. O desconto no contracheque poderá ser aplicado até julho de 2039.


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