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MPF denuncia ex-senador Gim Argello e Ronam Maria Pinto

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SÃO PAULO, CURITIBA. O Ministério Público Federal denunciou nesta sexta-feira à Justiça o ex-senador Gim Argello e o empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus no ABC paulista, e mais 18 pessoas, entre elas os empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e o publicitário Marcos Valério, já condenado no Mensalão. Argello e Ronan haviam sido indiciados pela Polícia Federal na última terça-feira e transferidos da carceragem da PF para o Complexo Médico Penal na Região Metropolitana de Curitiba.

Gim Argello e outras 10 pessoas foram denunciadas por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução às investigações. Entre elas os empresários Léo Pinheiro, da OAS; Ricardo Pessoa, da UTC; e Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, o filho de Argello, Jorge Afonso Argello Junior; dois assessores do ex-senador, Paulo Roxo e Valério Neves Campos; Walmir Pinheiro, diretor financeiro da UTC; José Zardi ferreira Dilson Paiva Filho e Cláudio Melo Filho.

O empresário Ricardo Pessoa, da UTC, um dos delatores da Lava-Jato, afirmou à Justiça que Argello lhe pediu R$ 5 milhões para que não fosse chamado a depor na CPI da Petrobras em 2014. O dinheiro foi depositado nas contas de campanha de partidos indicados por Argello. O mesmo pedido foi feito pelo então senador a outras empreiteiras. Além da UTC, ele teria recebido valores da OAS, Toyo Setal e Odebrecht. Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Engevix não teriam aceitado pagar.

O empresário José Antunes Sobrinho, da Engevix, também fez acordo de delação e contou que o operador Júlio Camargo o chamou para tomar “Gim tônica” em Brasília, o que significava que deveria ir conversar com Gim Argello. Segundo o MPF, a Toyo Setal pagou R$ 2 milhões. Por indicação de Argello, a OAS fez depósito de R$ 350 mil na conta da paróquia São Pedro, em Taguatinga, no Distrito Federal, frequentada por Argello.

Ronan foi denunciado por lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber R$ 5,7 milhões oriundos de um empréstimo fraudulento retirado em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Bumlai admitiu que tirou um empréstimo de R$ 12 milhões no banco Schahin para pagar dívidas de campanha do PT. O empréstimo não foi pago. Foi quitado fraudulentamente depois que o Grupo Schahin, dono do banco, obteve contrato de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras.

O publicitário Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão no Mensalão, afirmou em 2012, quando tentou firmar acordo de delação para reduzir sua pena, que Ronan havia chantageado dirigentes do PT e pedido dinheiro para comprar o Diário do Grande ABC. O alvo da chantagem seriam informações sobre o assassinato de Celso Daniel, que era prefeito de Santo André e foi morto em 2002. Para o juiz Sérgio Moro, o assassinato pode estar ligado ao esquema de corrupção do PT. Quando foi assassinado, o prefeito era também tesoureiro da campanha que levou Lula à Presidência da República.


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