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Ministro: impeachment é ‘exceção da exceção’ e há maioria para barrá-lo

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BRASÍLIA — O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse nesta segunda-feira que o impeachment deve ser “exceção da exceção”, e que não se pode querer consertar a economia com a retirada da presidente Dilma Rousseff. Para ele, um eventual impedimento “paralisaria” o Brasil pelo resto do ano. Wagner afirmou que o sistema político todo está viciado. Nesse contexto, “o bom e o ruim acabam no ralo”. O ministro disse estar preocupado com a negação da política nas manifestações, o que chamou de um viés autoritário. Wagner disse ainda que o governo tem “seguramente” maioria para barrar o impeachment na Câmara dos Deputados.

— O impeachment não é remédio para crise nem para impopularidade. Tem que ser a exceção da exceção — declarou Wagner, para quem a oposição conduz o tema “debaixo da mesa”.

— Não tem nenhum crime de responsabilidade atribuído à presidente Dilma Rousseff, o processo está sendo muito mais político de tentar consertar a economia com o impeachment — disse depois.

O ministro rechaçou comparações com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

— Qual é a casa da Dinda aqui? Não tem — disse o ministro, que afirmou desconhecer “resposta rápida ou aventura” para a crise econômica.

Wagner evitou dar um número mais preciso, mas disse que o governo terá mais do que os 172 votos necessários para barrar a queda de Dilma.

— Vamos ter que cuidar da montagem da comissão e conversar com todo mundo. Tenho tranquilidade em dizer que nós temos tudo para barrar esse processo ainda na Câmara. O número que você precisa são 172, eu acho que seguramente nós teremos mais do que isso — afirmou.

O ministro chamou atenção para um viés que considera “autoritário” dos protestos.

— É bom acender a luz amarela todo mundo que gosta da democracia e da política. Porque eu acho que o país sem política, com a criminalização da política, só tem um caminho. O autoritário.

Wagner afirmou que o governo perdeu musculatura, mas não necessariamente para a oposição.

— É óbvio que tem gente que votou nela e não está satisfeito. Você não precisa ser estudioso para saber disso — afirmou, e completou: — Mas não necessariamente perdemos a musculatura para eles (oposição).

— Eu tenho um pouco de medo. Eu acho que toda a política deve ter paixão, mas não deve ter discriminação e retaliações. Eu sinto que realmente me preocupo muito com essa ira que eu vejo em algumas manifestações — disse, e emendou: — Vai quase no pessoal. Uma coisa é você ir para uma manifestação. Outra coisa é você ir pro xingamento até fora dos locais próprios de manifestação. Eu acho que a gente está adentrando uma quadra perigosa para a democracia brasileira.

Uma semana antes do protesto, o ministro foi alvo de ataques verbais em um restaurante de Brasília.


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