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Ministério da Saúde diz que não vai antecipar vacinação de gripe

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SÃO PAULO. Em nota divulgada nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde disse que não vai antecipar a campanha de vacinação contra a gripe, que protege contra três subtipos da influenza, incluindo o H1N1.

“O Ministério da Saúde informa que a campanha de vacinação contra a influenza deste ano está prevista para ser realizada entre os dias 30/04 a 20/05 em todo o país, sendo 30 de abril o dia D de mobilização nacional. Vale ressaltar que a campanha é realizada neste período porque o imunobiológico só é entregue pelo laboratório produtor nos meses que antecedem o inverno”, disse a nota.

O governo do estado de São Paulo havia pedido antecipação da campanha, dado o surto de H1N1 antes da hora no estado, que já provocou a morte de 38 pessoas somente este ano. No Brasil, a doença já afetou 305 pessoas somente este ano; no ano passado o total de casos (para o ano todo) foi 141. Se, em 2015, 36 pessoas morreram com H1N1 _ este ano o número de mortes chegou a 46 somente nesses três primeiros meses.

O Ministério da Saúde autorizou o estado de São Paulo a utilizar os lotes da vacina de 2015, para regiões em que a circulação do vírus da influenza iniciou mais cedo.

Apesar de proteger em alguns casos, o vírus de 2015 não é o mesmo que circula em 2016, segundo especialistas.

“É importante destacar que a vacina do ano passado protege apenas contra H1N1 já que houve a troca, pela Organização Mundial de Saúde, de duas cepas da composição da vacina”, diz a nota do Ministério da Saúde.

A vacina de gripe que entra nas campanhas de vacinação do Brasil é a mesma desenvolvida no Hemisfério Norte para o inverno deles. Ou seja, está disponível no mercado internacional desde novembro do ano anterior.

Luis Fernando Aranha de Camargo, gerente médico da pesquisa clínica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, acha que o surto chegou mais cedo ao Brasil porque pegou “muita gente desprotegida”, já que a vacina demora muito para chegar aqui.

— A vacina fica pronta lá fora antes do inverno no Hemisfério Norte (novembro do ano anterior), deveria chegar aqui no fim de fevereiro e não no final de abril — opina Camargo, para quem a campanha deveria também ser estendida para toda a população.

Segundo ele, o que difere o H1N1 da gripe comum não é a intensidade dos sintomas, e sim das complicações decorrentes da gripe, especialmente a pneumonia.

— A gripe comum fica séria em pessoas debilitadas, já o H1N1 pode ficar séria em pessoas completamente saudáveis. Gestantes e obesos fazem parte do grupo de risco, ainda não sabemos exatamente o porquê. Quem puder, se vacine. O Brasil acho que é o único país do mundo sob a ameaça de quatro doenças infecciosas ao mesmo tempo: dengue, zika, chikungunya e agora H1N1. A vacina tem que vir mais cedo — avalia o médico.

Camargo lembra, no entanto, que não há motivo para pânico já que, na grande maioria dos casos, a doença evolui normalmente.

O Ministério da Saúde esclareceu na nota que, mesmo as pessoas que tomarem a vacina agora, devem voltar na campanha para se vacinar novamente e, assim, ficar protegido completamente contra “o novo H1N1” e contra os dois outros tipos de vírus que a vacina trivalente cobre, H3N2 e Influenza B. É importante destacar que o intervalo entre uma vacina e outra deve ser de 30 dias.

Até 19 de março este ano, a Região Sudeste concentra o maior número de casos (266), sendo 260 no estado de São Paulo. Outros estados que registraram casos neste ano são Santa Catarina (14); Bahia (10); Pernambuco (5); Rio de Janeiro (3); Distrito Federal (3); Minas Gerais (3), Mato Grosso (2); Paraná (1); Mato Grosso do Sul (1), Pará (1). Com relação ao número de óbitos, São Paulo registrou 38, seguido por Bahia e Minas Gerais, cada um com dois óbitos; e de Mato Grosso e Matos Grosso do Sul, ambos com um óbito.

O Ministério da Saúde informa que está monitorando os casos de H1N1 nesses estados junto com as vigilâncias locais.


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