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Marcelo Odebrecht sabia de repasses a João Santana, diz PF

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SÃO PAULO — O empresário Marcelo Odebrecht sabia dos repasses ao publicitário João Santana através de contas no exterior de acordo com relatório da Polícia Federal anexado ao pedido de prisão do marqueteiro. Os investigadores afirmam ainda que “não restam dúvidas” de que a construtora realizou pagamentos ao marqueteiro da presidente Dilma Rousseff (PT) em contas não declaradas à Receita Federal.

“Não restam dúvidas de que o Grupo Odebrecht efetuou depósitos no exterior de recursos espúrios em favor do publicitário e coordenador, e também de sua esposa e sócia, das principais e recentes campanhas eleitorais do PT”, afirma o relatório assinado pelo delegado Filipe Hille Pace.

O documento da PF detalha anotações encontradas num dos celulares de Marcelo Odebrecht apreendidos pelos policiais em julho do ano passado, quando o empreiteiro foi preso na 14ª fase da Lava-Jato. Numa das anotações, o empresário se refere a João Santana como “Feira” e o lista entre os possíveis “argumentos/justificativas” que o ex-diretor da empreiteira Rogério Araújo poderia utilizar caso decidisse colaborar com as investigações.

Entre os argumentos, Marcelo Odebrecht afirma que Rogério poderia dizer que era amigo de João Santana e, orientado pelo PT, fez os pagamentos ao empreiteiro: “era amigo e orientado por eles (PT) pagou-se Feira em cta (conta) que eles mandaram. ODB (Odebrecht) pagava campanha a priori, mas é certo que aceitava algumas indicações a título de bom relacionamento. Campanha incluindo caixa 2 se houver era só com MO (Marcelo Odebrecht), que não aceitava vinculação”.

A PF achou ainda menções onde o empresário anota a liberação de dinheiro a Santana: “Liberar p/Feira…”. Na mesma frase, é possível ver uma menção ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: “40 para vaca (parte para Feira)”. Os investigadores falam que as mensagens reforçam “os indícios de Marcelo Odebrecht referia-se a pagamentos para o tesoureiro do PT e para o marqueteiro de suas principais campanhas políticas”.

Nas anotações apreendidas pela Polícia Federal, também há menção a outros políticos que não são alvos da 23ª fase da Lava-Jato: os deputados federais Euripes Junior (PROS/GO) e Marcos Pereira (PRB/RJ), além do presidente do PDT, Carlos Lupi, e ex-deputado do PC do B, Fábio Tokarski.


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