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Manifestantes prometem passar a noite na Paulista

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SÃO PAULO — Após o anúncio do nome do ex-presidente Lula na Casa Civil, nesta quarta-feira, a Avenida Paulista virou moradia provisória para grupos contrários ao governo. Mesmo com manifestações favoráveis à presidente Dilma Rousseff marcadas para esta sexta, os militantes que pedem sua renúncia dizem que não sairão do local. No entanto, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que só permitirá na sexta-feira o protesto previamente agendado das organizações sociais e do PT em apoio a Dilma e Lula.

Nesta quinta, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ofereceu almoço a manifestantes anti-governo que estavam na Paulista.

— Não queremos confronto. Estou aqui porque quero que o povo se una, e para pedir paz — afirma a estudante de Jornalismo Gabriela Senden, de 21 anos. Em São Paulo há uma semana, a moradora de Porto Alegre pegou seus pertences no hotel onde estava hospedada e se mudou para a via.

O programador Luiz Henrique Ardezzoni, de 24 anos, orgulha-se em dizer que mesmo com 125 pontos nos braços, feitos após um acidente na última semana, chegou na Paulista ainda na tarde desta quarta e só foi embora às 6h para trocar o curativo. “Às 9h já estava de volta e vou ficar até apresentarem uma solução para o país voltar a crescer”, promete.

— A oposição também é podre. Se (o vice Michel) Temer assumir caso Dilma caia, a gente vai continuar aqui — conta ele, que se enturmou “com mais 20 pessoas” no local, incluindo Gabriela.

A dupla diz que não teme confrontos nesta sexta e lamenta que “ainda haja iludidos com o governo Dilma”.

Jairo Kleber Brito dos Santos, de 26 anos, planeja encarar o terceiro dia seguido na rua. Ao saber do anúncio de que Lula seria ministro da Casa Civil, o garçom correu para a Avenida Paulista, onde permaneceu até as 3h da madrugada. Foi para casa de amigos tomar banho e amanheceu na via. Não teme o encontro com militantes pró-governo, que se manifestam nesta sexta a favor de Lula e Dilma.

— Eles que fiquem no canto deles e a gente no nosso. Ficarei aqui até a Dilma cair — promete Santos.

O jovem mostra anseio por novas eleições, mas não consegue apontar um nome ou partido que possa alimentar alguma esperança de melhora. “Estamos sem representatividade”, ele diz.

— Temos que começar tudo de novo, olhar para novos rostos, porque todo mundo que está aí é comprado — discursa ele, entre um sopro no apito e outro.


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