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Líder do PSDB no Senado critica ida de ex-ministro de Dilma para comunicação de Temer

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BRASÍLIA – As negociações entre PMDB e PSDB após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados começaram mal, segundo os políticos tucanos. O líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disse ao GLOBO que a ida do ex-ministro de Dilma Rousseff Thomas Traumann para a Comunicação no virtual governo de Michel Temer é um mau presságio para a relação.

– As coisas estão começando muito mal com o PMDB levando o Thomas Traumann para o governo. Assim, é melhor que o PMDB comece a montar o governo todo logo com o PT – disse Cunha Lima.

O senador lembrou que o PSDB é autor de ações na Justiça contra Traumann, quando ele era então ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Dilma, por crime de responsabilidade pelo uso da estrutura do governo para atacar adversários em 2015 e também durante a campanha presidencial, no ano anterior.

A pedido do PSDB, Thomas Traumann chegou a ser convocado na Câmara para dar explicações sobre documento interno da Secom que vazou, em março do ano passado, tornando públicas as críticas e ações de comunicação para promoção do governo de Dilma Rousseff. A alegação do PSDB era de que os atos da Secom violaram os princípios da administração pública descritos pela legislação, com supostas contratações de robôs e financiamentos de blogs para favorecer o governo federal.

O requerimento se referia ao documento da Secom como uma “confissão quanto a inexistência de um fim público” dos atos do Ministério, e citava o uso de robôs explicitados no texto como “ferramentas para as redes sociais que turbinam artificialmente a popularidade de determinados temas, além de monitoramentos da mídia e apoio a blogs governistas”.

O documento elaborado pela Secom defendia mais propaganda em São Paulo. O texto dizia que a comunicação do governo era “errada e errática”, e que a presidente ficou encastelada no começo do segundo mandato. Também afirmava que os aliados do Planalto estavam levando uma “goleada” da oposição nas redes sociais com as críticas à escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e às medidas do ajuste fiscal da pasta. O texto foi dividido em três capítulos: “Onde estamos”, “Como chegamos até aqui” e “Como virar o jogo”. “De um lado, Dilma e Lula são acusados pela corrupção na Petrobras e por todos os males que afetam o país. Do outro, a militância se sente acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia. Não é uma goleada. É uma derrota por WO”, avaliou Traumann na época.

Nesta segunda-feira, Traumann esteve em São Paulo, em reunião com o vice-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, para discutir a comunicação neste período de transição após a Câmara ter aprovado o impeachment de Dilma.


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