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Líder do PDT diz que ‘não é momento para sair do barco como ratos’ e fecha com Dilma

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BRASÍLIA – O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Weverton Rocha (MA), anunciou nesta quarta-feira que o PDT ratificou ontem, por ampla maioria da bancada, a decisão de fechamento de questão contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, tomada em janeiro em reunião do Diretório Nacional da legenda. Segundo ele, “não é agora, nesse momento, sair do barco como se fôssemos ratos”.

De acordo com Weverton, como é fechamento de questão, quem votar a favor do impeachment será submetido a “qualquer tipo de sanção” pelo Diretório Nacional, cuja próxima reunião está marcada para maio. Sobre expulsão da legenda, ele reforça que cabe e que a decisão é do diretório.

— Todos sabem que é decisão de partido, do Diretório Nacional, e esperamos que até domingo a gente consiga estar todo mundo no plenário participando desse momento importante em que o PDT mais uma vez não se curvará, como nunca se curvou, em ter lado. O nosso lado é o lado da Constituição — disse Weverton, acrescentando:

— A bancada está unida. A solução do problema não é tirar a Dilma.

O PDT tem deputados que declaradamente divulgam em sua redes sociais serem favoráveis ao impeachment, como por exemplo Sérgio Vidigal (ES) e Subtentente Gonzaga (MG). O deputado Mário Heringer (MG) confirmou ao GLOBO sua posição a favor do impeachment. Segundo o líder, 19 dos 20 deputados participaram da reunião de ontem, que também contou com a participação do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, e do ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT-CE). A reunião ratificou a decisão tomada em janeiro. Só não estava presente ontem o deputado Heringer, que comanda o diretório do partido em Minas Gerais. Sérgio Vidigal contradisse o líder e afirmou que também não participou da reunião.

— O PDT tem essa característica de dialogar. Nada foi construído de cima para baixo. Foi construído esse debate e não é agora, nesse momento, que vamos sair do barco como se fôssemos ratos! — disse Weverton.

PROVIDÊNCIAS E SANÇÕES

Indagado se os que votarem contra poderão ser expulsos, o líder pedetista respondeu:

— É fechamento de questão, se você faz parte de uma agremiação partidária, a instância máxima que é o Diretório Nacional se reúne e se você não acompanha, óbvio que você está submetido a qualquer tipo de sanção. E aí é uma instância que vai decidir, é o Diretório Nacional, que em maio irá se reunir e a gente com certeza irá tomar as providências.

Weverton, no entanto, disse não acreditar que deputados descumprirão a decisão do partido:

— Em maio vamos chamar a reunião do Diretório Nacional e é ali que vão tomar as providências. Mas eu não acredito (que algum deputado do PDT vote a favor do impeachment), a bancada é unida. Eu confio nos nossos colegas deputados, todos, mesmo não concordando, sempre acataram a decisão do partido. Todos participaram da reunião ontem.

Ao deixar a coletiva, Weverton se encontrou com Heringer e os dois entraram juntos na liderança do PDT para conversar. Heringer afirmou rindo, diante de repórteres:

— Não adianta que eu não mudo!

Weverton rebateu, rindo :

— Vamos lá dentro conversar.

Mesmo depois do anúncio de apoio do PDT a Dilma, Sérgio Vidigal (PDT-ES) confirmou ao GLOBO que continua determinado a votar a favor do impeachment. O capixaba ainda disse e que respeita o partido, mas quer sua posição respeitada e que não teme ser expulso da legenda. Embora ainda não tenha batido o martelo, ele tampouco descarta ser candidato a prefeito na cidade de Serra, seu reduto eleitoral.

— Eu defendia novas eleições, mas isso não aconteceu. Defendo faxina geral. Tiramos a Dilma, o Temer, o Cunha. Não quero ser expulso, mas não posso violentar meus princípios e minha convicção. É um risco, já fui prefeito duas vezes e não descarto concorrer de novo. Mas corro o risco porque não posso ser chamado de covarde, já tinha me posicionado. Se o partido é contra o golpe, não fará isso comigo — reclamou Vidigal.

Até ontem à noite, em levantamento feito pelo GLOBO sobre o posicionamento em relação ao impeachment, além dos três que se declaram a favor, outros dez apareciam como indefinidos ou não quiseram declarar os votos: Assis do Couto (PR), Dagoberto (MS), Damião Feliciano (PB), Felix Mendonça Junior (BA), Flavia Morais (GO). Giovani Cherini (RS), Hissa Abrahao (AM), Ronaldo Lessa (AL), Vicente Arruda (CE) e Wolney Queiroz (PE).


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