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Homem é preso na Paulista após cortar pato inflável da Fiesp

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SÃO PAULO – Um homem foi detido por policiais militares na avenida Paulista, na manhã deste domingo, acusado de cortar o pato gigante inflável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O pato é usado como símbolo da campanha contra aumento de impostos intitulada “Não vou pagar o pato”.

Segundo a Polícia Militar, o acusado portava uma faca e teria cortado o pato inflável por volta das 8h30m. Ele foi levado, algemado, ao 78º DP, no bairro do Jardins, zona sul da cidade.

A Fiesp disse que a entidade tem quatro patos e confirmou que um deles foi atacado pelo acusado. O principal tem 112 metros de altura e já está colocado na Avenida Paulista, em frente à sede.

Também em São Paulo, manifestantes contrários ao impeachment se reúnem no Anhangabaú, centro da cidade. O protesto é organizado por movimentos sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Central de Movimentos Populares (CMP).

O ex-senador secretário de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, acompanha o discurso de lideranças de entidades que apoiam o ato, que reúne nesta tarde milhares de pessoas no Centro de São Paulo.

Manifestantes penduraram em um viaduto um boneco enforcado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), em um viaduto ao lado do carro do som (foto), com a placa “Cunha 171: corrupto e golpista”.

A leitura do voto do relator pro-impeachment e o discurso de líderes partidários na sessão do impeachment no Congresso Nacional não são transmitidos nos telões instalados no Vale do Anhangabaú. Organizadores alegam problemas técnicos de áudio. No lugar dos discursos, uma banda de forró toca pra multidão pró-Dilma.

PAULISTA TEM TELÕES

Já os manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff ocupam a avenida Paulista. O Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, que organizam os protestos contra o governo federal, montaram telões para que todos assistam à sessão. O comércio na região da avenida Paulista funciona normalmente. Shoppings, bares e restaurantes estão abertos. Ambulantes vendem Pixulecos, bonecos do ex-presidente Lula vestidos de presidiário, a R$15.

A aposentada Silvia Koszo de 72 anos, participou de todas as manifestações convocadas em São Paulo. Segurado uma faixa de apoio ao juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato, ela diz estar apreensiva com a votação de hoje.

– Estou tentando fazer minha parte. Sérgio Moro é sério, faz o trabalho, o que a lei manda. Estou apreensiva porque o Temer assumir é outra preocupação. A não ser que o Sergio Moro resolva se tornar presidente da República tudo me preocupa – diz.

Já o taxista Roberto Cambotas, de 58 anos, que também veio a todas as manifestações, diz que o que precisa mudar é o contexto político.

 

Certo do afastamento da presidente Dilma Rousseff, o analista de sistema José Alberto de Lima e Silva, de 63 anos, já fez a mudança da petista. Ele é uma das atrações na Avenida Paulista, onde grupos pró-impeachment se concentram já em grande número para acompanhar a votação dos deputados que definirão o destino da presidente.

– Peguei um monte de sucata e estou andando com o carro assim há uma semana. É pra ajudar a Dilma a sair logo e levar as coisas dela pra Atibaia, junto com Lula – brinca ele, entre uma foto e outra com populares.

A maior concentração de manifestantes é observada em frente ao prédio da Fiesp, onde há um acampamento de pessoas que apoiam a saída de Dilma há três semanas. No local, pessoas fantasiadas de pato, muita gente enrolada com a bandeira do Brasil e um grande caminhão de som do Movimento Vem Pra Rua.

O juiz Sérgio Moro, da Lava – Jato, é também personagem bastante lembrado no manifesto. Com apenas dois aninhos, a menina Roberta Leonarda se divertia com a imagem do juiz.

– A gente tenta ensinar aos nossos filhos, desde cedo, a se interessarem por política e buscarem o que está acontecendo com o país – afirma o militar aposentado José Alves Pereira, de 51 anos.

Certo de que “pior que está o Brasil não vai ficar”, ele levou a família inteira para a rua e torcer pelo afastamento da presidente.

– Temos que demonstrar as autoridades que o povo não está contente. Não é só a Dilma, é o contexto político que precisa mudar. Se ela sair, teremos o Temer. Se ele não corresponder às expectativas, teremos que voltas às ruas.


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