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Governo monta força-tarefa para não perder mais votos contra impeachment

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BRASÍLIA – O governo vai montar uma força-tarefa para ganhar todos os votos necessários para rejeitar o processo de impeachment na Câmara. Na reunião de coordenação política, da qual participaram a presidente Dilma Rousseff, dez ministros e quatro líderes da base no Congresso, foi feita uma avaliação de que ela perdeu a margem de votos que tinha antes do acirramento da crise política, a partir da divulgação da delação do ex-líder do governo Delcídio Amaral.

Um participante da reunião desta segunda-feira contou que até o fim da semana retrasada, a conta era que o governo tinha entre 240 e 250 votos para derrubar em plenário. Hoje, teria o limite para barrar o impeachment. Dos 513 deputados, é preciso que 172 fiquem do lado do governo.

Já na comissão de impeachment, o governo contabiliza entre 32 e 33 votos dos 65, além de dois indecisos na base alidada.

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que o governo tem uma pequena margem de vantagem e que agora é ampliá-la.

— Temos que tocar essa comissão de impeachment. Sim, pelo primeiro placar, temos uma pequena vantagem, mas nada que não possa ser ampliado durante o processo de discussão. A primeira contabilidade ainda que não muito grande para o governo. Vamos trabalhar junto a cada deputado — disse Humberto Costa.

A própria presidente Dilma começará nesta segunda-feira, segundo aliados, a ouvir os integrantes da comissão. A petista pretende se reunir ainda na noite de hoje com integrantes do PMDB na comissão especial. Os próximos serão do PSD do partido do presidente da comissão, Rogério Rosso (DF).

O ex-presidente Lula, escalado como tábua de salvação da articulação política, deve vir a Brasília para encontrar com parlamentares na guerra contra o impeachment. Aliados contam que, embora ele esteja com sua nomeação para ministro da Casa Civil em suspenso, não conseguirá fazer toda a articulação pró-governo em São Paulo porque, após os vazamentos de suas conversas, ninguém mais quer falar ao telefone com o petista. Além de Lula, Jaques Wagner (chefe de gabinete de Dilma), Berzoini (ministro da Secretaria de Governo), líderes aliados e ministros do PMDB foram chamados para ajudar o governo na tarefa de conquistar votos na Comissão de Impeachment e no plenário.

— Temos a expectativa de que o PMDB permaneça no governo — disse Humberto Costa.

Em uma operação casada para tentar sobreviver na aguda crise política, Dilma receberá amanhã no Palácio do Planalto um grupo de juristas que condenam as últimas ações do juiz da 13ª Vara Federal, Sérgio Moro. As frentes politica e jurídica se somam à econômica. Dilma se reuniu hoje com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Valdir Simão (Planejamento) para fechar medidas de estímulo à economia que possam ser lançadas em breve.

Dilma pediu, na reunião de coordenação, que os ministros continuem trabalhando normalmente, mantenham agendas e não adiem decisões por conta da crise. Além do pacote econômico, ela deve lançar outras agendas positivas, como a nova fase do Minha Casa Minha Vida. A presidente quer mostrar que o governo não está parado esperando passivamente a crise passar.


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