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Financiamento público ganha novos adeptos

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BRASÍLIA – Até pouco tempo bandeira política exclusiva do PT, partido que ficou no poder por 13 anos e passou a contabilizar problemas por conta do envolvimento de seus dirigentes com empreiteiras, o financiamento público de campanha passou a ser visto com bons olhos por outras siglas. O motivo é a nuvem de indefinição sobre como serão financiadas as campanhas daqui para a frente após o tsunami de denúncias da Lava-Jato, que botou luz sobre uma série de relações criminosas entre empresas e políticos.

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), candidato à reeleição, diz que sempre foi contra o financiamento público de campanha, mas mudou de ideia por não enxergar outras alternativas no horizonte.

— Depois dessa campanha voltaremos ao debate sobre o financiamento público. Nunca o defendi, mas hoje sou a favor. É a solução que pode dar mais transparência e mais equilíbrio entre os candidatos. Depois da Lava-Jato teremos uma evolução qualitativa dos candidatos e dos eleitores, que têm que estar mais atentos — acredita.

O prefeito avalia que a Lava-Jato criou um novo paradigma para as campanhas, mas essa ficha ainda não caiu para muitos candidatos, especialmente os que concorrem em pequenas cidades dos rincões do país, que não acreditam que a proibição de doações empresariais “vá pegar” e desconfiam da capacidade de punição da Justiça Eleitoral.

— Tem muita gente que não entendeu que o Brasil mudou e vai continuar cometendo os mesmos erros. Houve uma mudança de paradigma. Mas tem gente que está se lixando para isso — comenta.

Um ministro do governo interino de Michel Temer também está preocupado com essa discussão. Ele acha que o financiamento público é uma saída viável para o imbróglio em torno do pagamento das contas dos candidatos, mas prevê que a sociedade irá se opor ao modelo.

— Desacreditada como está a classe política, quem vai querer pagar por esses custos? Vamos ter que convencer a sociedade sobre o financiamento público, mas será uma tarefa muito difícil. Não é algo que temos condições de conquistar nesse momento — avalia.


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