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Ex-presidente da OAS avalia delação premiada

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SÃO PAULO — O ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, voltou a cogitar a possibilidade de fazer uma acordo de delação premiada. Os advogados fizeram uma consulta informal a investigadores em Brasília para saber qual a redução na pena o empreiteiro teria, caso colaborasse.

Outras consultas já haviam sido feitas durante a Operação Lava-Jato. Condenado a mais de 16 anos de prisão, Pinheiro estaria preocupado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em determinar que condenados sejam presos antes do fim do processo, caso a sentença seja confirmada em segunda instância.

A preocupação tem um motivo: os executivos da OAS devem ser os primeiros empreiteiros condenados pelo juiz Sérgio Moro a terem recursos julgados no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Se o tribunal mantiver a condenação, Léo Pinheiro deve começar a cumprir a pena imediatamente. Hoje, ele recorre em liberdade.

Investigadores da força-tarefa da Lava-Jato ouvidos pelo GLOBO estão céticos sobre a possibilidade de acordo. Para eles, não é a primeira vez que Pinheiro sinaliza um acordo:

— Parece que ele está mandando recado — afirmou um integrante da força-tarefa.

Apesar do ceticismo, uma delação de Léo Pinheiro é vista na Lava-Jato como “muito interessante”. O empreiteiro está no centro das principais investigações conduzidas pela Polícia federal tanto em Curitiba quanto em Brasília.

Pinheiro foi flagrado numa troca de mensagens orientando funcionários da OAS sobre a reforma do tríplex no Guarujá, que foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, teria comprado móveis, segundo os investigadores, para o sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), usado pela família de Lula. A Lava-Jato investiga se o ex-presidente ganhou favores de empreiteiras em troca de influência política.

Léo Pinheiro era amigo de Lula. Em nota, o Instituto Lula admitiu que o ex-presidente e sua mulher, Marisa Letícia, visitaram o tríplex junto com o empreiteiro. A Lava-Jato investiga se o dinheiro usado pela OAS nas reformas saiu da Petrobras.

Pinheiro ainda pode colaborar com as investigações envolvendo políticos de foro privilegiado. Em janeiro, o GLOBO mostrou uma séria de trocas de mensagens entre eles e parlamentares sobre pautas de interesse da construtora. Os advogados do empreiteiro negam o acordo:

— Não há delação — garante Edward de Carvalho, advogado de executivos da OAS.


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