Brasília Amapá |
Manaus

Esquema de segurança é montado para votação do impeachment

Compartilhe

BRASÍLIA – Todo cuidado é pouco, ainda mais na atual crise política, que acirrou os ânimos de parte da população. Para evitar qualquer confronto, 3 mil policiais militares e uma cerca 1 km são algumas das medidas tomadas pelo governo do Distrito Federal (GDF) para evitar que as manifestações pró e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff descambem para a violência. A instalação da cerca, no meio do canteiro central da Esplanada, ainda não foi concluída. Nesta segunda-feira, detentos trabalham no local para poder concluir o trabalho.

Quando terminada, ela irá da Rodoviária do Plano Piloto até o Congresso Nacional e vai separar os manifestantes em dois grupos. A parte sul, onde ficam o Museu da República, a Catedral, o Itamaraty e a Câmara, está reservada para o grupo favorável ao impeachment de Dilma. Na parte norte, onde ficam o Teatro Nacional, o Palácio da Justiça e o Senado, os manifestantes contrários.

São três cercas. A central é mais alta, impede que os manifestantes observem o que está ocorrendo do outro lado. As outras duas, uma de cada lado, são compostas por grades mais baixas, que vão delimitar um corredor de 80 metros de largura. Apenas as forças de segurança poderão circular nesse corredor, evitando que os dois grupos se misturem.

O esquema de segurança será maior entre sexta-feira e domingo, quando o plenário da Câmara deverá discutir e votar o processo. No último sábado, a Secretaria de Segurança Pública do DF estimou que os protestos reúnam até 150 mil pessoas de cada lado durante a votação do impeachment, totalizando 300 mil manifestantes na Esplanada.

Nesta segunda feria – dia em que a comissão do impeachment está reunida e deve aprovar o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), recomendando o afastamento de Dilma -, o clima ainda está tranquilo. Não há manifestantes nas proximidades do Congresso. Por enquanto, apenas turistas e curiosos, além de alguns poucos policiais e dos detentos que estão instalando as grades.

Em frente ao Congresso, há um caminhão estacionado cujas laterais trazem uma foto do triplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhada da frase: “Triplex você pagou essa obra!”

O planejamento do GDF é, a partir de sexta, contar com 3 mil policiais militares, 500 bombeiros, 700 agentes da Polícia Civil e 50 do Detran. Mas todo o efetivo da PM, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil estará de prontidão. Procurada, a PM informou não poder dizer quantos policiais estarão na Esplanada já nesta segunda-feira. “Por se tratar de questão de segurança, tendo em vista até mesmo que as manifestações podem evoluir para algum tipo de conflito, não podemos repassar informações mais detalhadas”, comunicou.

O trânsito na Esplanada deverá ser fechado apenas na meia-noite de quinta-feira. Até lá, eventuais interdições serão analisadas de acordo com o desdobramento dos acontecimentos. Na sexta, os grupos contra e a favor do impeachment serão conduzidos para as áreas que lhe foram reservadas. Quem quer o afastamento de Dilma se concentrará no Museu da República. Quem é contra no Teatro Nacional. Os manifestantes passarão por revista.

A área compreendendo a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça será considerada zona de segurança nacional e, por isso, ficará interditada, restrita apenas às forças de segurança. Assim os manifestantes poderão ir até a Alameda dos Estados, via que passa em frente ao Congresso Nacional.

Serão permitidos apenas dois carros de som para cada grupo. Um veículo ficará no ponto de concentração, no início da Esplanada. O outro poderá transitar na via, chegando mais perto do Congresso, mas apenas para dar orientações e recados à militância, e não puxar gritos de guerra, fazer discursos ou incitações. Foram liberados quatro telões para cada lado.

Na Câmara, a segurança também foi reforçada. A partir desta segunda-feira, servidores e pessoal credenciado têm de passar pelo detector de metais, medida antes prevista apenas para os visitantes. Um aviso na frente do Congresso informa que as visitas guiadas estão suspensas.

O QUE PODE:

– levar instrumentos musicais;

– carregar faixas e bandeiras, desde que sem hastes;

– carros de som, mas limitados a dois por grupo.

O QUE NÃO PODE:

– ficar no gramado em frente ao Congresso;

– acampar;

– levar objetos cortantes, garrafas de vidro, hastes de madeira ou fogos de artifício;

– cobrir o rosto;

– vender bebidas alcoólicas;

– levar megafones;

– levar balões ou bonecos considerados ofensivos.

O QUE PODE, MAS NÃO SE RECOMENDA:

– levar crianças;

– comparecimento de idosos ou pessoas com problemas cardiovasculares


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7