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Eduardo Braga pode retornar ao Ministério de Minas e Energia

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BRASÍLIA – Menos de um mês após deixar o cargo, o ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, deve retornar à pasta na nova gestão, caso o Senado confirme o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Este é mais um movimento que está sendo negociado pela cúpula peemedebista e que deve alimentar as críticas sobre a formação do ministério que eventualmente será comandado pelo vice-presidente Michel Temer.

Braga, que também é senador, mas está de licença médica, deixou o ministério logo depois que a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment, no mês passado. O peemedebista foi um dos ministros do partido que resistiu a abandonar o governo quando o PMDB decidiu pelo desembarque, em março. Até a véspera de sua saída, Braga se posicionava contra o impeachment.

Segundo relatos, o ex-ministro já mandou recados para a cúpula peemedebista de que pretende voltar à pasta e tende a ser atendido. Isto porque o entorno de Temer avalia que cada voto no Senado para o julgamento final do processo de impeachment, que pode acontecer até 180 dias após o afastamento de Dilma, será fundamental. A esposa do ex-ministro, Sandra Braga (PMDB-AM), é também sua suplente no Senado, um voto que é considerado precioso por auxiliares de Temer para que o desfecho do impeachment não traga de volta o PT ao Palácio do Planalto.

– Neste julgamento, um voto pode fazer muita falta. A discussão agora é se, com a escolha de outro nome para Minas e Energia, perderíamos o voto da mulher dele – afirma um interlocutor de Temer.

Há ainda outro aspecto que favorece a volta de Eduardo Braga ao ministério. No próximo ano, o Senado elegerá o novo presidente da Casa, após a gestão de Renan Calheiros (PMDB-AL). O candidato mais cotado no partido é o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). Há um temor de que, se não retornar à Esplanada dos Ministérios, Eduardo Braga pode lançar seu nome à disputa pelo comando da Casa e, assim, rachar a bancada peemedebista.

Este é um cenário com o qual Temer não deseja lidar. Para aprovar as medidas que considera necessárias para a recuperação da economia em menos de três anos, o vice-presidente quer assegurar o máximo possível de apoio no Congresso. Este discurso vem sendo usado, inclusive, para justificar as negociações de varejo com os partidos aliados e o recuo na ideia de cortar significativamente o número de ministérios. Uma divisão interna no PMDB é algo que o vice-presidente deseja evitar a qualquer custo.


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