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EBC virou ‘cabide de emprego’ e símbolo de aparelhamento político, diz ministro

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BRASÍLIA — O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse que sua proposta de extinção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), revelada pelo colunista Jorge Bastos Moreno, está ganhando adeptos dentro do governo e que discutiu a proposta com o presidente interino, Michel Temer. Geddel disse AO GLOBO que a EBC se transformou num “cabide de emprego” e “foco de militância”. O GLOBO já revelou que o projeto dos governos petistas de Lula e Dilma de transformar a EBC em uma instituição pública de comunicação consumiu mais de R$ 3,6 bilhões de recursos diretos do Orçamento do governo federal nos últimos oito anos, conforme levantamento feito pela assessoria técnica do DEM, a pedido do GLOBO.

Geddel disse que o governo não precisa de uma empresa para “autopromoção” e que basta o presidente ter uma estrutura para os registros históricos, por exemplo. Para ele, só deve existir uma estrutura para dar informação e não fazer autopromoção. Desde que assumiu, Temer identificou na EBC foco de resistência, tanto que nomeou o jornalista Laerte Rímoli para comandar a empresa e teve que recuar, depois que a nomeação foi contestada no Supremo Tribunal Federal. Uma liminar do ministro Dias Toffoli restituiu a direção da EBC ao jornalista Ricardo Melo, que havia sido nomeado na gestão da presidente Dilma, antes do afastamento do cargo no processo de impeachment.

— Essa é uma visão pessoal e não de governo. Mas fico feliz que outros estejam concordando. A EBC é um símbolo de um governo ineficiente, do aparelhamento da gestão, de autopromoção. Não pode ser canal de autopromoção. O que for informativo e não autopromocional, se mantém. Para fazer propaganda, temos contratos com agências para fazer publicidade, que é outra coisa. Acabar com isso é um imperativo para que o novo governo se diferencie. Falei minha opinião ao presidente, que ouviu — disse Geddel.

O ministro disse que pode se discutir alternativas, talvez uma estrutura enxuta com equipes para registrarem os atos do presidente, acompanhá-los nas viagens. Hoje, a estrutura de comunicação tem a NBr, que é a TV do governo, que transmite todas as cerimônias do governo, por exemplo. A TV está dentro da EBC, que funciona como uma agência de notícias oficial.

Para o ministro, poderiam ser feitos vínculos com as TVs Educativas, repassar inclusive os equipamentos modernos e aproveitar todos os concursados.

— E demitir os cargos de confiança — disse ele.

A gestão petista ficou marcada por ter contratado profissionais, em cargos de confiança, por altos salários. Em 2015, os gastos chegaram a R$ 547,6 milhões em 2015. O número de funcionários da empresa saltou de 1.629 em 2007 para 2.615 em abril deste ano — um aumento de 60,5%.

Temer já assumiu querendo, pelo menos, reduzir os gastos da empresa. A TV é apontada como sem audiência tanto pelo novo governo como por petistas.


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