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Discussão do impeachment é a sessão mais longa em 25 anos

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BRASÍLIA – A sessão que julga a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff já bateu o recorde de mais longa dos últimos 25 anos. Iniciada às 8h55 de sexta-feira, já dura mais 35 horas, e a tendência é de que vare novamente a madrugada e se estenda até domingo. Levantamento feito pela assessoria técnica da Casa listou as sessões mais longas realizadas. Antes da sessão do impeachment, o recorde era da votação do polêmica medida provisória dos Portos, que começou às 11h09 do dia 15 de maio de 2013 e só terminou às 9h45 do dia 16, totalizando 22h27 minutos de sessão.

TEMPO REAL: Acompanhe a sessão na Câmara

Seguindo o rito fixado pelo Supremo Tribunal Federal e que seguiu o modelo do impeadimento de Fernando Collor, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu a palavra por um hora para cada um dos 25 partidos com representação na Casa. Mas, paralelamente a isso, aceitou que os líderes partidários se pronunciassem a cada sessão, que duram cinco horas. Ou seja, a cada cinco horas, todos os líderes podem pedir a palavra.

Os deputados que não tinham conseguido se inscrever para falar individualmente – 173 para falar a favor e 79 contra – pediram a seus líderes que os indicassem para que pudessem usar a palavra. Assim, a fala de uma hora dos partidos foi intercalada pelos discursos de vários deputados. O último partido a falar foi o PMB, Partido da Mulher Brasileira. Único deputado da legenda, Welinton Prado (MG) falou sozinho.

Em seguida, Cunha abriu a palavra para deputados que se inscreveram e o tom dos discursos se inflamou. Para tentar chamar a atenção do plenário, na maioria do tempo com presença reduzida de deputados, muitos apareceram com bandeiras, cartazes, réplicas de constituição rasgada e fizeram discursos mais inflamados, como se estivessem no palanque eleitoral. Os gritos e as palavras de ordem de lado a lado interromperam ou emolduraram alguns pronunciamentos.

Cunha já avisou, no entanto, que a votação do impeachment começará exatamente às 14h de amanhã. Para isso, a oposição, além de abrir mão de parte de suas inscrições e da fala dos líderes na madrugada de sábado para domingo, apresentará amanhã de manhã requerimento para encerramento da discussão.

Desde a noite de sexta-feira, deputados desfilavam com suas mulheres e filhos pelo Salão Verde e até mesmo o plenário da Câmara. O primeiro secretário, deputado Beto Mansur (PRB-SP) disse que no domingo haverá maior restrição à entrada dos parentes.

— No domingo, os parentes poderão acompanhar a sessão do auditório Nereu Ramos — disse Mansur


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