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Dilma põe Mercadante para atacar medidas econômicas de Temer

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BRASÍLIA – Dando início a uma nova estratégia de comunicação neste período em que está afastada da Presidência, Dilma Rousseff postou no fim da tarde desta terça-feira no Facebook um vídeo do ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante criticando as medidas econômicas anunciadas hoje pelo governo do presidente interino Michel Temer. Ontem, o ex-ministro da Secretaria de Governo Ricardo Berzoini gravou um vídeo pedindo a demissão do ministro do Planejamento, Romero Jucá. O próximo ex-ministro que deverá se manifestar em defesa do legado de Dilma e criticando a gestão Temer é Juca Ferreira, que comandou o Ministério da Cultura. A internet e as redes sociais serão a linha de frente de Dilma nesse período.

A primeira grande crise do governo Temer surpreendeu e animou Dilma e seu entorno.

Para Berzoini, o caso Jucá “tem o efeito de um meteoro que cai no meio do jardim deles”. Dilma deve retomar hoje conversas com senadores e receber alguns aliados para um jantar no Palácio da Alvorada.

— É uma crise que atinge os principais homens do golpe. Tem um efeito correspondente ao de um meteoro que cai no meio do jardim deles, embora eles tentem dar um ar de normalidade — disse Berzoini ao GLOBO.

Para ele, a queda de Jucá dá um novo fôlego para a batalha que Dilma ainda travará no Senado, onde o processo de impeachment será julgado. Lançando mão de metáforas futebolísticas, o petista diz que a repercussão dessa crise nas redes sociais tem sido positiva para Dilma.

— É um jogo que vai ter muitos lances. As medições que temos feito nas redes mostra que nós estávamos certos na argumentação que fazíamos da natureza golpista do que houve. Não existe um impeachment em curso, há um golpe com intensões inconfessáveis de travar as investigações da Lava-Jato e promover reformas impopulares — afirmou.

Já Mercadante, no vídeo gravado, condena especificamente a desvinculação das despesas com saúde e educação. Hoje, estados e municípios têm que gastar 25% de toda a arrecadação nessas áreas. E a União, 18%. Para Mercadante, a medida é um “retrocesso inaceitável”.

“O que eles anunciaram é o maior retrocesso da história recente do Brasil na educação e na saúde. A Constituição de 88 estabeleceu alguns mecanismos de proteção da saúde e da educação porque entende que a educação e a saúde são um direito do cidadão e um dever do Estado. No governo da presidente Dilma ela investiu R$ 54 bilhões acima desse mínimo que a Constituição exige. Eles estão propondo acabar com esse mínimo. Nesse momento de crise, que tem desemprego, que tem perda de renda, que as pessoas estão saindo do plano de saúde porque não conseguem pagar e saindo da escola particular, aumenta a demanda. É um retrocesso inaceitável.”, diz Mercadante no vídeo.

O depoimento foi gravado na biblioteca do Alvorada. Nele, o ex-ministro aparece de blazer e camisa social, sem gravata.


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