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Dilma diz que juiz que faz grampo em presidente no exterior vai para cadeia

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FEIRA DE SANTANA (BA) – No seu primeiro evento público desde o agravamento da crise que atinge seu governo, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso duro contra o juiz federal Sérgio Moro, em discurso de meia hora em Feira de Santana (BA), onde entrega moradias do Minha Casa Minha Vida. Dilma afirmou que juiz que faz “grampo” em presidente no exterior vai para a cadeia. Ela rebateu também a comparação que Moro fez da atual situação com a do ex-presidente Richard Nixon, que renunciou ao cargo, e acusou ainda o juiz paranaense, sem citar seu nome, de ter ferido a Lei de Segurança Nacional.

— Quero falar do fato grave que aconteceu. Eu, ao convidar o presidente Lula (para ser ministro) ele ia para São Paulo. A Dona Marisa, mulher do presidente, estava doente e ele não ia voltar para a cerimônia de posse. Aí, liguei (para Lula) e disse: ‘tô mandando aí no aeroporto para pegar sua assinatura para a gente usar se você não puder voltar para a cerimônia de posse amanhã. Pois bem. Essa conversa apareceu gravada, grampeada. E aí é um fato grave. E vou explicar para vocês. Esse grampo na Presidência da República, ou com qualquer um de vocês, não é algo lícito. É ilícito. E é previsto como crime na legislação. Não é por ser eu, Dilma, é por eu ser presidenta. O dia que deixar de ser, isso vale para mim. Mas presidente do Brasil, e de qualquer país democrático do mundo, tem garantias constitucionais. Ele não pode ser grampeado, a não ser com autorização expressa da Suprema Corte do país. E em muitos lugares do mundo quem grampear um presidente vai preso, se não tiver autorização judicial da Suprema Corte. Vou dar um exemplo. Se grampeiam o presidente da República os Estados Unidos…veja o que acontece com quem grampear. É por isso que eu vou tomar todas as providências cabíveis — disse Dilma no discurso.

O discurso foi num conjunto habitacional, onde foram entregues casas para cerca de 1,6 mil famílias. Dilma afirmou ainda, se referindo a Moro, que não é passível de “grampo” e acusou o juiz de ferir a LSN.

— A não ser que a Suprema Corte autorize, não sou passível passível de grampo. Se não, fere frontalmente a Lei de Segurança Nacional (LSN), que protege o presidente.

Dilma rebateu a citação que Moro fez de Richard Nixon ao se referir à situação vivida pela presidente Dilma.

— Outro dia deram como exemplo o presidente Nixon. O que ele fazia? Ele grampeava todo mundo que entrava na sala dele e todos os telefones eram..telefonemas que recebiam, ia para lá, pá, grampeava. E aí? Não ficou assim não. A Suprema Corte dos Estados Unidos mandou entregar todos os grampos e proibiu ele de grampear. Era o presidente grampeando. Ele não pode grampear porque deu na cabeça dele. O exemplo é o seguinte: nem presidente da República pode grampear sem autorização, o que dizer de outras hierarquias. Esse exemplo do presidente Nixon não é válido. É de forma incorreta — afirmou.

O discurso de Dilma era interrompido por gritos como “não vai ter golpe” e “Dilma, guerreira, do povo brasileiro”.


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