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Deputados discursam a favor e contra o impeachment de Dilma

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BRASÍLIA – Os primeiros deputados a discursar nesta sexta-feira contra e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff foram os líderes e vice-líderes. Inicialmente falou Zé Geraldo (PT-PA), um dos vice-líderes do governo na Câmara e contrário ao impeachment. Ele é um dos deputados petistas que integram o Conselho de Ética e que sofreram pressão para votar contra a abertura do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O PT fechou posição contra Cunha, garantiu a abertura do processo e, pouco depois, Cunha aceitou o pedido de impeachment contra Dilma. Isso foi visto na época como retaliação.

— Domingo será talvez o pior domingo da minha vida, porque estaremos em processo de impeachment que, além de ilegal, é imoral. Já nasceu sujo — disse Zé Geraldo.

Em seguida, foi a vez do vice-líder do PT, Luiz Sérgio (RJ), que afirmou que o vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma em caso de impeachment, não tem a legitimidade das urnas para assumir o cargo. Também falou contra o impeachment o líder do PDT, Weverton Rocha.

O primeiro a defender o impeachment foi o vice-líder do SD, Augusto Coutinho (PE).

— O momento do PT está acabando. Vamos juntos no próximo domingo derrotar a corrupção, o partido que usou dinheiro do povo brasileiro — disse Coutinho.

Depois, o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), também defendeu o afastamento de Dilma.

— Esse julgamento se dá pelo cometimento de crimes de responsabilidade, já amplamente conhecidos. Atacou e feriu a lei orçamentária em 2014 e 2015. Atacou e feriu a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Atacou e feriu a Constituição federal — disse Avelino, completando:

— Não podemos continuar da forma como estamos. Temos que buscar uma alternativa, uma saída. A saída hoje se impõe com o impeachment de Dilma Rousseff. Não vamos tergiversar com isso. O povo brasileiro não aguenta mais.

O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), que é de oposição, mas também é contrário ao impeachment, lembrou que Eduardo Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em função da Lava-Jato. Ele também atacou a imprensa e dizem que afastar Dilma é um meio para colocarem Temer no lugar. Segundo ele, está em curso um golpe institucional.

—Temos um réu comandando uma farsa. E pior: está leve, livre, e solto – disse Valente, que ainda afirmou – Temer tem 60% de rejeição, a mesma coisa (de Dilma), e ninguém quer o Temer. Quem saiu para a rua, pedindo fora a presidente Dilma, não foi à rua defender Temer. Essa é a grande farsa sendo montada pela grande mídia brasileira e os partidos que já estão repartindo os ministérios. Não há crime de responsabilidade. É o grande álibi para afastar a presidente e fazer com que os brasileiros paguem ainda mais a crise.

O líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA) mostrou confiança de um resultado favorável a Dilma na votação de domingo.

— O que está em curso é um golpe, e não passará. No domingo vamos derrotar — disse Almeida.


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