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Deputado suspeito de falsificar assinatura diz que misturou tarja preta com álcool

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BRASÍLIA — Durante a sessão do Conselho de Ética que discute a suspeita de fraude na votação que determinou o prosseguimento do processo de cassação de Eduardo Cunha, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) — acusado de falsificar sua assinatura no documento em que renunciava à vaga de titular na votação para favorecer o presidente da Câmara — entrou na reunião para se defender.

Ele negou as acusações de fraude, e disse que faz tratamento psicológico há mais de três anos. O deputado amapaense afirmou que isso pode ser atestado em laudos médicos e no Departamento Médico da Câmara.

Gurgel reforçou que é contra a cassação de Cunha e que, usualmente, deixa documentos assinados no gabinete para fazer valer sua vontade, já porque mora longe, no Amapá. O parlamentar alegou estava sob efeito de álcool e remédio controlado — tarja preta — quando assinou o documento de renúncia.

— Não devemos levar isso no campo pessoal. Pedi ao Maurício que ele viesse valer meu voto. Faço tratamento psicológico tem mais de três anos, tomo remédio controlado, na quinta-feira bebi um pouco antes de viajar e na sexta estava sob efeito de álcool com remédio controlado. Estou afirmando com a minha palavra, se alguém quiser acreditar. A assinatura é minha e queria que pedissem à Mesa laudos psicológicos.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) interrompeu a fala de Gurgel, afirmando que as explicações eram suficientes, mas o deputado insistiu.

— Eu tomo remédio tarja preta, quero explicar. Faço tratamento há mais de três anos. Peça para a mesa diretora e busque os tratamentos que faço há três anos. Às vezes no cartório não confere (a assinatura).

Depois de falar, Gurgel fez questão de conversar com deputados do conselho e se explicar, mesmo com a sessão em andamento.

Em 2005, Vinicius Gurgel integrou como suplente a comissão especial sobre bebidas alcoólicas na Câmara. A comissão teve como objetivo estabelecer medidas para restringir o consumo abusivo de álcool no país e discutiu, entre outras matérias, um projeto que torna crime a venda de bebida a menores de 18 anos, aprovado em fevereiro do ano passado no plenário da Casa. (Colaborou Letícia Fernandes)


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