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Delfim diz a Temer que situação econômica é grave, mas que é possível revertê-la

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BRASÍLIA — Seguindo o roteiro de consultar “notáveis” da economia para formar a equipe econômica e demarcar as diretrizes na área em seu eventual governo, o vice-presidente Michel Temer esteve com o ex-ministro Delfim Netto nesta quarta-feira em São Paulo. No almoço, o ex-ministro fez um diagnóstico do cenário econômico, afirmando ao vice que a crise é “grave”, mas que é possível revertê-la.

Segundo relatos, Delfim teria dito a Temer acreditar que, apesar da seriedade da situação, há expectativa positiva em setores econômicos se houver uma sinalização de mudança na política econômica, com uma nova equipe e novas diretrizes. O ex-ministro afirmou a Temer que há “viabilidade” para se recuperar a economia.

— O Brasil tem grande potencial e este momento é parecido com cenários passados que o país já viveu. Podemos retomar o crescimento se fizermos as escolhas corretas — disse Delfim, segundo relatos.

No encontro, do qual participou também o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), foram feitas análises de perfis para o Ministério da Fazenda em um eventual governo Temer. Delfim não está entre os prováveis ministeriáveis. A ideia com o encontro não era convidá-lo para comandar formalmente a economia, pois há uma avaliação de que sua saúde e idade não o permitiriam exercer tal função. Mas, Temer quis ouvir suas sugestões sobre a situação econômica e também sobre o melhor perfil para tirar o Brasil da crise.

Na próxima semana, Temer se reunirá com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cotado para comandar a equipe econômica em seu eventual governo. Com a resistência de Armínio Fraga em aceitar a função, o nome do ex-presidente do Banco Central passou a ser fortemente cogitado. Ele é visto, assim como Armínio, como um nome que teria grande aceitação no exterior e ajudaria a recuperar a credibilidade do país para a retomada de investimentos, ponto considerado crucial no entorno de Temer.

O ex-ministro sugeriu ainda a Temer que tome ações “decididas e firmes” e que atue com rapidez para causar impacto sobre o humor geral no setor. Isto, acredita, ajudará a retomar a confiança e a credibilidade do Brasil.

— O Delfim acha que tem que recuperar a credibilidade, fazer com que o crescimento exponencial da dívida seja revertido, que tem que começar a crescer o PIB, mudar para um cenário positivo, melhorar a responsabilidade fiscal e a qualidade do gasto público, muito do que temos defendido — afirmou Jucá.

Delfim participou da elaboração do documento Ponte para o Futuro, lançado ano passado pelo PMDB como forma de se contrapor à política econômica do governo Dilma. O ex-ministro intensificou suas críticas à presidente Dilma Rousseff no ano passado, a quem chamou de “trapalhona”.


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