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Delcídio diz que deputados cobravam ‘pedágio’ na CPI da Petrobras

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BRASÍLIA – Na sua delação premiada, o senador Delcídio do Amaral (MS) afirmou que quatro parlamentares que integraram a CPI mista da Petrobras, encerrada em 2014, teriam pedido dinheiro a empreiteiros para derrubarem ou não colocarem em votação requerimentos “que fossem sensíveis, ou seja, que fossem desfavoráveis aos empresários”, segundo o ex-petista. Os quatro integrantes da comissão citados pelos empresários eram os então senadores Vital do Rego (PMDB-PB) e Gim Argello (PTB) e os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (PR), que já foi do PSDB e hoje está filiado ao Solidariedade.

Segundo Delícidio, o empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, fazia reuniões em Brasília com outros empresários e integrantes da CPI. Outros empreiteiros, como Ricardo Pessoa (UTC) e José Antunes Sobrinho (Engevix), participavam desses encontros. Eles tentavam criar uma “força-tarefa” no intuito de “blindá-los em razão desses requerimentos”. Pessoa, relatou Delcídio, ficou “revoltado” com o pedido de dinheiro dos parlamentares. O senador diz não ter certeza, mas, pelo comportamento de Pessoa, “a propina foi paga”, valores que teriam sido pagos em espécie e “por fora”. Os deputados e senadores estariam pedindo para suas campanhas eleitorais.

Em nota, Marco Maia afirmou que a delação de Delcídio visa desgastar o PT e lembrou que foi o relator da CPMI e que, o seu relatório final, pediu indiciamento de 52 pessoas, entre elas, as citadas pelo senador. “Não recebi nenhuma doação, durante a campanha eleitoral de 2014 de qualquer empresa que estivesse sendo investigada pela CPMI, conforme comprova minha prestação de contas à Justiça Federal. Tal situação só se justifica pela tentativa de vingança, já que fui o primeiro a pedir o indiciamento de Nestor Cerveró, reconhecido amigo do ora delator” – afirmou Maia, em nota.

Fernando Francischini acusou Delcídio, ao citá-lo, de mentir “escancaradamente”. e que nunca manteve contato telefônico com nenhum dos investigados mencionados e com os outros três parlamentares citados. “Nunca tive qualquer movimentação financeira ou fsical atípica que hão seja oriunda do meu trabalho e de minha família”, diz Francischini, em nota. Ele ainda pede “justiça rápida” e que não quer ser “linchado” na imprensa por mentiras de um “bandido que estava preso”.

O ex-senador Vital do Rego, que hoje é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e presidiu a CPI, afirmou, em nota, que repudia a citação de seu nome e que trabalhou em parceria com o Ministério Público e a Polícia Federal em busca da elucidação dos fatos investigados. “O Ministro informa que sempre conduziu os trabalhos na presidência da Comissão de maneira imparcial e em respeito aos princípios constitucionais, privilegiando as decisões democráticas dos membros do colegiado. Também esclarece que, como Presidente do colegiado, cumpria as determinações do plenário e as recomendações do Colégio de Líderes, trabalho que sempre desempenhou com transparência e lisura”, afirmou nota divulgada por assessoria do TCU.

O ex-senador Gim Argello não foi localizado pelo GLOBO.


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