Brasília Amapá |
Manaus

Delcídio delatou envolvimento de Dilma e Lula em tramas da Lava-Jato, diz revista

Compartilhe

RIO – O acordo de delação premiada feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) com a Procuradoria-Geral da República traz detalhes de como a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam tentado interferir na condução das investigações da Lava-Jato, segundo reportagem da revista “Isto É” publicada nesta quinta-feira. O GLOBO já havia revelado no último dia 19 de fevereiro que o petista fez um acordo com a PGR antes de ser solto. O senador foi preso no dia 25 de novembro, na 21ª fase da operação que apura desvios da Petrobras após ser acusado de atrapalhar as investigações da força-tarefa.

De acordo com a revista, Delcído afirmou que Dilma sabia das irregularidades envolvendo a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e de que Lula comprou o silêncio de Marcos Valério, um dos principais operadores do Mensalão. O ex-presidente também teria, segundo relatos do senador divulgados pela publicação, “pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras” e agido pessoalmente para barrar as investigações.

Ainda de acordo com a reportagem, Delcídio foi detalhista em suas revelações, e afirmou que a Presidente da República teria tido papel decisivo na permanência dos diretores envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, utilizando sua influência e poder para impedir a punição. Ele mesmo diz, de acordo com a reportagem, ter participado de reuniões em que decisões ilegais foram combinadas a mando de Dilma e Lula.

Delcídio afirmou que Dilma tinha “pleno conhecimento do processo de aquisição da refinaria (Pasadena)”, fechado quando ela estava à frente do Conselho de Administração da Petrobras. A presidente havia afirmado anteriormente que não tinha conhecimento das cláusulas desfavoráveis à estatal, que trouxeram um prejuízo de US$ 792 milhões, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Dilma, a decisão do Conselho havia sido tomada com base em um resumo técnico “falho e incompleto”. Delcídio disse que “a aquisição foi feita com conhecimento de todos, sem exceção”.

O senador afirmou também que Dilma teria tido “ingerência” na nomeação de Nestor Cerveró para uma diretoria da BR Distribuidora, contrariando a versão da presidente. Delcídio diz que Dilma ligou para ele duas vezes para tratar da indicação. Na primeira ocasião, perguntou se Cerveró já havia sido convidado para o cargo. Na segunda vez, telefonou para confirmar a nomeação.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7