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Corregedoria de SP busca prova que sumiu em investigação da merenda

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SÃO PAULO – Um documento considerado importante para o avanço da operação Alba Branca, que investiga fraudes na merenda escolar em São Paulo, desapareceu da Secretaria Estadual de Educação. O documento em questão tratava de uma mudança em um contrato entre a Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) e o governo estadual.

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Civil com autorização da Justiça mostram Marcel Ferreira Julio, lobista apontado como o elo entre o governo e a cooperativa, e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita, negociando as mudanças no contrato em questão. Moita diz que as modificações foram propostas pelo ex-chefe de gabinete da Secretaria de Educação, Fernando Padula.

O sumiço do documento foi descoberto pela Corregedoria Geral da Administração, que apura o caso. Em entrevista ao “Bom dia São Paulo”, da TV Globo, o corregedor-geral Ivan Agostinho diz que “não tem explicação” para o sumiço da prova.

– Não tem uma explicação. A última funcionária que teve acesso a esse documento não sabe como ele desapareceu, simples assim. Não tenho como explicar. Não há nenhuma ilação em relação a isso: se alguém roubou, se alguém perdeu, ou se foi na bagunça, isso não é esclarecido – afirmou Agostinho.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que está colaborando com as investigações e prestando todos os esclarecimentos necessários. “Em relação ao documento citado, a Pasta já abriu uma apuração e solicitou para que um representante da Corregedoria Geral da Administração também acompanhe o processo”, informou.

Na última sexta-feira, a Corregedoria Geral da Administração concluiu a primeira etapa da apuração das fraudes praticadas pela Coaf na venda de sucos de laranja destinados à merenda escolar em contratos com a Secretaria da Educação.

De acordo com o órgão, não foram encontradas provas contra os ex-secretários Herman Woorwald, da Educação, e Duarte Nogueira, de Logística e Transporte, além de Fernando Padula, ex-chefe de gabinete de Woorwald. Os três sempre negaram envolvimento no esquema.

LOBISTA ACEITA FAZER DELAÇÃO PREMIADA

A prisão temporária do lobista Marcel Ferreira Julio não foi prorrogada, segundo o advogado dele, Pedro Menin, e ele deve ser solto até esta terça-feira. Na sexta-feira, ao deixar a delegacia em Bebedouro, Marcel disse que está cooperando com as investigações e que aceitou fazer o acordo de delação premiada.

Foragido há 72 dias, Marcel se entregou à Polícia Civil de Bebedouro, no interior paulista, na última quinta-feira. Ele é filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Leonel Julio, de 80 anos, que foi preso temporariamente na terça-feira, quando a Polícia Civil cumpriu sete mandados de prisão como parte da segunda fase da Operação Alba.

Depois de prestar depoimento, Marcel foi transferido para a capital paulista, uma vez que citou políticos com foro privilegiado.

Ao longo das investigações da “Máfia da Merenda” foram citados o nome do atual presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), e de outros políticos paulistas: os deputados estaduais Luiz Carlos Gondim (SD) e Fernado Cury (PPS), além dos deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB) e do ex-secretário de Transportes e Logística Duarte Nogueira (PSDB). Todos eles negam ter participado do esquema.


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