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Convenção do PMDB tem discursos inflamados contra governo Dilma

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BRASÍLIA — A convenção do PMDB começou com discursos contra o governo Dilma Rousseff e a defesa de que a legenda deixe os cargos no Executivo. Parte dos convencionais gritaram palavras de ordem contra Dilma e pelo afastamento do governo. Deputados ligados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), puxaram o coro. Darcísio Perondi (RS), ao microfone, liderou os gritos de “Fora Dilma!”. Carlos Marun (PMDB-MS) liderou o “Saída já”. Os peemedebistas também gritaram “Fora PT”. A decisão sobre o afastamento do PMDB do governo Dilma, contudo, só deverá ser deliberada em 30 dias.

O vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o ex-presidente José Sarney participaram da convenção. Temer defendeu em seu discruso que não é hora de dividir o país. No encontro, Sarney foi alçado à condição de presidente de honra do PMDB. Ele chegou a ouvir algumas vaias, quando seu nome foi anunciado, mas fez um discurso agradecendo a honraria. O deputado estadual Edson Brum (RS) criticou a escolha de Sarney. Em discurso exaltado, ele lembrou que o ex-presidente apoia qualquer governo há 60 anos.

O deputado Mauro Lopes (MG), cotado para ser ministro da Aviação Civil, também apareceu. O nome dele foi anunciado por Eliseu Padilha, que o chamou de futuro ministro. As manifestações contra Dilma, o governo e o PT se deram na presença de vários ministros peemedebistas, como Marcelo Castro (Saúde), Helder Barbalho (Portos), Eduardo Braga (Minas e Energia), Henrique Alves (Turismo) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia).

O deputado Darcisio Perondi (RS) comparou a Lava-Jato à Operação Mãos Limpas, que desvendou um esquema de corrupção na Itália e dizimou alguns partidos políticos. Segundo ele, o PMDB corre esse risco, se permanecer no governo. O parlamentar também defendeu o prazo de 30 dias para deliberar as moções, até mesmo para convencer os indecisos e os contrários. Nesse prazo, o deputado avalia que a situação do país estará pior do que hoje.

— Quando o PMDB quer, o Brasil muda. Fora, Dilma! Fora, Dilma! Fora, Dilma! Fora, Dilma! — discursou Perondi, sendo acompanhado pelo público.

A senadora Marta Suplicy (SP), que até o ano passado era filiada ao PT e foi ministra do Turismo no governo Lula, pediu a saída do governo, defendeu Michel Temer para presidente e disse que o atual governo é corrupto e incompetente.

— O impeachment da presidente vem tarde. Se tivéssemos tomado essa posição antes, não estaríamos assim — disse Marta, acrescentando:

— O governo é corrupto e incompetente, com uma presidente que não dá conta do recado, uma presidente isolada e que não consegue governar. De modo que apoiamos, sem sombra de dúvida, a saída do governo o quanto antes.

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, discursou destacando que o desejo de sair do governo não está presente apenas na base. Agora também é um sentimento da direção. Pregou candidato próprio em 2018. E, mesmo sem mencionar uma eventual saída de Dilma da Presidência antes do fim do mandato, afirmou que é preciso fortalecer Temer “para qualquer desafio no futuro”. Ele foi bastante aplaudido e, após terminar o discurso, houve militante gritando “fora, Dilma”.

Regina Perondi, do PMDB Mulher e esposa do deputado Darcisio Perondi, também discursou:

— Fora Dilma, Michel já — disse, inflamando a plateia, que gritou em coro “fora, Dilma”.

O deputado Mauro Pereira (RS) fez críticas ao governo e anunciou apoio à operação Lava-Jato:

— O que está faltando a esse governo é ética, vergonha na cara. O que esse governo tem é corrupção — atacou.


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