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Contra greve, manifestantes ofendem alunos da UnB

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BRASÍLIA — Alunos da Universidade de Brasília (UnB) foram ameaçados e sofreram ofensas homofóbicas por cerca de 20 pessoas na noite desta sexta-feira. Em rápido protesto até a chegada da segurança da universidade, os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o indicativo de greve dos professores, aprovado em solidariedade à presidente afastada Dilma Rousseff, e contra os estudantes.

O grupo tem um perfil diferente dos alunos: pessoas mais velhas, com roupas pretas e bandeiras do Brasil. A segurança da UnB havia sido chamada pelo barulho que os manifestantes faziam, e que atrapalhava as aulas. Estudantes foram chamados de “maconheiros”, “vagabundos” e “gays safados”. Uma pequena bomba chegou a ser disparada e os seguranças tiraram o grupo da universidade.

— Preocupa demais a universidade. Esse clima de intolerância é o que mais incomoda. Somos espaço para a diversidade, mas não para a violência. Vamos combater firmemente —disse ao GLOBO o reitor da UnB, Ivan Camargo.

Segundo o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Victor Aguiar, houve relatos de que os manifestantes portavam barras de ferro. A UnB já aumentou a segurança e comunicou a Polícia Militar e a Polícia Federal do caso. Procurada, a universidade não se manifestou.

Dois estudantes, de 19 e 21 anos, registraram queixa de injúria à Polícia Civil. Segundo o boletim de ocorrência, no estacionamento eles sofreram ameaças e foram vítimas de discursos “ofensivos” pelo grupo de “extrema direita”. Eles também afirmaram à polícia que um motociclista chegou a segui-los.

A ativista conhecida Kelly Bolsonaro, acusada de organizar a manifestação, é alvo de uma denúncia protocolada na tarde deste sábado no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Há uma semana, Kelly publicou no Facebook uma convocação para um “ato” na UnB. Ela é conhecida por participar de protestos a favor de Bolsonaro e contra Dilma. Ela já invadiu o campo do Mané Garrincha durante um Fla x Flu em fevereiro pedindo a saída da petista e também se envolveu em confusão em um ato “contra o golpe” no Palácio do Planalto.

PROPOSTA DE GREVE “ATÉ DILMA VOLTAR”

No último dia 8, professores aprovaram que a UnB defenda uma proposta de “greve e mobilização nacional a partir do segundo semestre, enquanto a Presidente Dilma não retornar ao governo”. O documento será levado ao congresso nacional de sindicato de docentes. Na próxima quarta-feira, estudantes, técnicos-administrativos e professores farão assembleia geral para decidir se aprovam a greve. Em consulta realizada pelo DCE, que já teve cerca de 1500 estudantes registrados, mais de 80% dos alunos são contra a greve.


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