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Clima no fim da votação foi de festa e desânimo na Esplanada

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BRASÍLIA – Quinze minutos antes do voto decisivo ser dado no plenário da Câmara, às 23h07, o grupo favorável ao impeachment já comemorava cantando “está chegando a hora”, para anunciar que Dilma já iria embora. Na hora em que o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) votou “sim”, sacramentando o destino da presidente, o grupo comemorava pulando e se abraçando, como em uma vitória esportiva. Ninguém mais queria saber do que estava acontecendo no telão. O carro de som primeiro tocou o tema da vitória de Ayrton Senna. Depois, foi a vez do Hino Nacional.

De acordo com boletim da Secretária de Segurança Pública do DF, o ápice da manifestação foi às 20h, quando foram contabilizadas 79 mil pessoas nas imediações do Congresso Nacional, sendo 53 mil a favor do impeachment e 26 mil contra.

O corretor de seguros Fábio Mesquita, de 48 anos, morador de Brasília, comemorava pulando, gritando e abraçando a esposa e outros familiares que estavam com ele. Visivelmente emocionado, disse que a votação foi uma conquista.

— Viemos porque o país precisa de uma mudança no sistema político. Não é só tirar o PT, mas acabar com esse financiamento de campanha que traz corrupção, ser mais transparente — disse.

Do lado derrotado, o clima era de abatimento, mas com o discurso “a luta continua”. No carro de som, Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MTST), dizia que a votação tinha sido feita por um “sindicato de ladrões”.

— Nós não temos a governabilidade no carpete, mas temos nas ruas! _ protestou.

Os governistas ainda tinham a esperança de ver o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado.

— Espero a cassação de Cunha e Temer. Como cidadão, luto também contra a corrupção e a injustiça. O Cunha é o próximo _ anunciou o aposentado Heraldo Santos, aposentado de 58 anos que mora em Brasília.

— Eu acho que a Dilma infelizmente vai sair, mas o Temer também será cassado. O Eduardo Cunha mostrou o seu poder. Fica agora a apreensão. Não sei se o Senado vai barrar (o processo de impeachment) — disse, apreensiva, a estudante Franca Vilarino, de 38 anos.


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