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Bancada da USP nega matrícula de jovem aprovado por cotas: “ele não é pardo”

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Bancada da USP nega matrícula de jovem aprovado por cotas: "ele não é pardo"

Brasil – Um caso recente tem gerado comoção e debates acalorados sobre a política de cotas raciais no Brasil. Alisson dos Santos Rodrigues, um estudante de 18 anos aprovado em Medicina na Universidade de São Paulo (USP), teve sua matrícula negada após a comissão de heteroidentificação da instituição de ensino contestar sua autodeclaração racial como pardo. Acontece que o jovem é claramente pardo.

O jovem, proveniente de Cerqueira César, interior de São Paulo, participou do Provão Paulista, o novo vestibular unificado das instituições públicas de ensino superior do estado, e foi aprovado na USP dentro das vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas (PPI). No entanto, sua alegação de raça foi questionada pela comissão responsável pela verificação.

O caso veio à tona quando Alisson estava participando da recepção aos calouros, no dia 26 de fevereiro, e recebeu um email informando a negativa de sua matrícula. Segundo relatos, ele seguiu todos os critérios estabelecidos pela USP e estava emocionado com a oportunidade de ingressar na universidade, que representaria a realização de um sonho para sua família.

A tia do estudante, Laise Mendes dos Santos, tem sido uma voz ativa em defesa de Alisson, explicando que ele cumpriu todas as exigências e que a família está perplexa com a negativa. Após tentativas de recurso e reuniões com a USP, a situação permanece sem solução, enquanto a família busca apoio legal para garantir a justiça no caso.

A política de cotas raciais é um tema sensível e complexo no Brasil, visando corrigir desigualdades históricas e promover a inclusão de grupos historicamente marginalizados. No entanto, casos como o de Alisson destacam os desafios e as controvérsias que envolvem a implementação dessas políticas e a necessidade de garantir processos justos e transparentes para sua aplicação.

A USP, ao ser questionada sobre o ocorrido, explicou seu protocolo de heteroidentificação, ressaltando que o processo visa prevenir fraudes e que há múltiplas etapas para análise das autodeclarações. Porém, a negativa de Alisson permanece, gerando indignação e pedidos por revisão do caso.

Enquanto isso, a família e apoiadores continuam lutando pela justiça e pela realização do sonho de Alisson de ingressar na universidade, reforçando a importância de reconhecer e respeitar a identidade racial das pessoas, conforme defendido pela USP e outras instituições de ensino superior em suas políticas de inclusão.


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