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Alunos voltam a ocupar escola na zona Oeste de São Paulo

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SÃO PAULO. Estudantes secundaristas voltaram a ocupar a escola Fernão Dias, em Pinheiros, zona Oestede São Paulo, na madrugada deste sábado. Eles pedem melhoria na merenda escolar, que é alvo da Operação Alba Branca, que investiga fraudes e superfaturamento nos produtos que deveriam ser adquiridos da agricultura familiar. O grupo está organizando uma assembleia de alunos para decidir sobre a manutenção da ocupação, prevista para segunda-feira. Não há informações sobre o número de estudantes que estão dentro da escola.

A Polícia Militar informou que os alunos entraram na escola por volta de 3 horas da madrugada, pelo portão dos fundos. Viaturas da PM estão no local, mas a ocupação é pacífica. A Secretaria da Educação do Estado informou, em nota, que não falta merenda nas escolas da rede estadual de ensino e que está aberta ao diálogo com os estudantes.

Numa página no Facebook, o grupo pede apoio, como alimentos, cobertores e produtos de higiene e limpeza.

A escola estadual Fernão Dias teve o maior tempo de ocupação durante o protesto realizado entre novembro de 2015 e janeiro de 2016 contra o anúncio de reorganização do ensino feito pelo governo de São Paulo, que previa fechamento de mais de 90 escolas e a transferência de mais de 300 mil alunos.

Na Assembleia Legislativa do estado, os deputados governistas trabalham para evitar uma CPI para investigar a “Máfia da Merenda”, esquema de corrupção que atingiu 22 prefeituras do estado, além do governo Geraldo Alckmin (PSDB). A Comissão de Educação tem sido esvaziada para não votar a convocação de pessoas ligadas ao caso. Sem quórum, a última reunião, na terça-feira, foi substituída por um debate sobre escotismo.

Na última sexta-feira, um dos investigados, Fernando Padula Novaes, tomou posse como coordenador do Arquivo Público do estado, nomeado por Alckmin. Padula teve sigilo bancário e fiscal quebrados pela Justiça em fevereiro passado, assim como o deputado Fernando Capez (PSDB).

Padula era chefe de gabinete da Secretaria da Educação desde 2007 e foi exonerado quando surgiram as denúncias. Após a nova nomeação, o governo de São Paulo informou, em nota, que ele é funcionário de carreira do estado há 17 anos e que a Corregedoria Geral da Administração, na primeira etapa de apurações sobre o envolvimento de servidores em fraudes, não comprovou os fatos atribuídos a ele nas denúncias.

A Operação Alba Branca aconteceu em janeiro passado, com a prisão de seis pessoas no município de Bebedouro, no interior do estado. Segundo as investigações, a cooperativa Coaf, surgida num assentamento do município, fornecia para 22 prefeituras e para o governo do estado. Ex-diretores da cooperativa confirmaram ao Ministério Público que nomes de cooperados eram usados para desviar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que exige que pelo menos 30% dos produtos comprados para a merenda escolar sejam adquiridos da agricultura familiar, em assentamentos de reforma agrária. Alguns assentados descobriram notas fiscais de produtos que nunca chegaram a plantar.


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