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Aluno atira em frente a escola após colegas espalharem boato que era gay

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Minas Gerais – Ainda sob efeito da tensão que se espalhou pelo país com o ataque a tiros que terminou com 10 mortos em uma escola em Suzano, em São Paulo, alunos, funcionários e vizinhos de uma escola estadual de Nova Lima, na Grande BH, levaram um susto no início da noite dessa quinta-feira. Um estudante de 20 anos atirou para o alto na porta da instituição. Detido pela Polícia Militar (PM), ele disse que fez isso porque colegas estavam espalhando boatos sobre a sexualidade dele.
O crime ocorreu por volta das 18h40 em uma escola que fica no Bairro Bonfim. A PM foi acionada via 190. Chegando ao local, populares fizeram a descrição do autor dos disparos, que usava uma camisa de cor vinho.
Os policiais fizeram um rastreamento e localizaram o suspeito, que usava o uniforme da escola. No entanto, ao revistarem a mochila dele, eles encontraram a camisa vinho mencionada pelas testemunhas.
De acordo com a PM, ele acabou assumindo ser o responsável pelos tiros, que tinham como objetivo assustar dois alunos. Na versão dele, os colegas estavam comentando que ele mantinha relações sexuais com outro homem e que, em troca disso, usufruía dos bens dele.
O estudante disse que jogou a arma perto da casa dele, mas ela não foi encontrada pelos policiais no local indicado. Durante a confecção do boletim de ocorrência, um rapaz de 20 anos compareceu ao batalhão da PM para mostrar a troca de mensagens em um aplicativo em que o autor preso combinava com ele de se encontrar na porta da escola para “resolver as diferenças”. Ainda segundo a PM, o atirador parecia muito preocupado com o celular dele, o que fez os policiais suspeitarem que o aparelho armazenava algum arquivo que poderia comprometê-lo judicialmente.

O jovem detido foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) 3. De acordo com a Polícia Civil, ele foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo e crime de ameaça. O responsável pelos tiros foi encaminhado ao sistema prisional.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que o aluno será afastado da escola e a diretoria foi orientada a procurar os pais dele para sugerir um encaminhamento para atendimento psicológico. Ele entrou na instituição neste ano na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Leia o posicionamento na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Educação (SEE) informa que a direção da Escola Estadual Deniz Valle agiu de acordo com o regimento interno da instituição de ensino e já providenciou, junto ao Ministério Público de Minas Gerais, o afastamento do aluno envolvido no disparo de tiros na porta da unidade de ensino na noite desta quinta-feira (14/03). Em 2019, ele matriculou-se no Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, também de acordo om as normas internas, sua entrada nas dependências da escola a partir desta sexta-feira (15/03) está suspensa.

A SEE acionou a Polícia Militar para reforçar a Patrulha Escolar e garantir segurança na porta e proximidades da unidade de ensino. A investigação sobre o fato ocorrido fica a cargo das autoridades policiais e tanto a escola quanto a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A e a SEE prestarão todo apoio à averiguação dos fatos, caso sejam solicitadas.
A SEE esclarece, ainda, que orientou a direção da Escola Deniz Valle a acionar a família do jovem para sugerir um encaminhamento ao atendimento psicológico gratuito disponibilizado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do município de Nova Lima.

Para prevenir e enfrentar a violência no ambiente escolar, diretores, professores, estudantes e funcionários da Escola Estadual Deniz Valle desenvolvem, desde 2017, o programa Justiça Restaurativa nas Escolas, Núcleos de Orientação e Solução de Conflitos Escolares (Nós). O projeto é desenvolvido pela SEE em parceira com a Prefeitura de Belo Horizonte, Ministério Público de Minas Gerais, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Faculdade de Direito da UFMG, cujo objetivo é tratar atos penais ou infracionais cometidos por estudantes nas escolas de forma a transformá-los em oportunidades de construir relações de cooperação, com a restauração de vítimas, autores dos conflitos e reparação dos danos provocados.”


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