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Aliados de Temer engarrafam entrada do Palácio do Jaburu

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BRASÍLIA — O vice-presidente Michel Temer passou a quarta-feira recebendo visitas de parlamentares e lideranças favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Somente entre as 15h e as 19h, 71 carros passaram pela portaria do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Isso significa que, neste período, entrou no Jarabu um carro a cada três minutos. No momento mais movimentado, entre às 15h e às 16h45, passaram pelos portões 45 carros, um a cada dois minutos.

Por volta das 17h, uma fila de seis carros fez o trânsito na avenida onde se localiza o palácio parar enquanto os seguranças liberavam a entrada. Um deputado que participou do encontro descreveu um “clima de festa” dentro do prédio. Outro disse que estavam todos confiantes na vitória nas “eleições” de domingo — confundindo-se com a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Parlamentares deixavam claro que muitos estavam ali para costurar acordos com o vice-presidente. José Augusto Curvo, o Tampinha (PSD-MT), foi direto e disse que ouviu de Temer uma afirmação que tranquilizaria vários companheiros seus:

— Ele disse que vai trocar os ministérios, mas que no segundo e terceiro escalões não vai mudar nada. Isso acalma muitos companheiros nossos, que estavam preocupados com sua base eleitoral. Tem muito deputado indeciso que quando souber disso aí vai votar a favor do impeachment.

“UM DESENHO DE GOVERNO”

Alceu Moreira (PMDB-RS) afirmou que as conversas sobre decisões em torno de um futuro governo Temer são uma forma se antecipar aos acontecimentos:

— Discutimos o day-after, mas apenas como prevenção. Você tem que construir o telhado de uma casa quando está sol, que é para quando chover você não se molhar. Então tem que ter um desenho de governo para caso o impeachment passe — disse o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS).

Além de dezenas de políticos do PMDB, o baixo clero da Câmara foi protagonista no “beija-mão” a Temer. Deputados de PHS, PTN, PROS, PSL e PEN prometeram o apoio de 32 parlamentares ao impeachment. Nas contas feitas pelos visitantes de Temer, o impedimento de Dilma poderá ter o apoio de mais de 400 parlamentares.

— Cada vez mais deputados estão apoiando o impeachment. Mudou a perspectiva de poder. A perspectiva de poder não está mais no Palácio da Alvorada. Está no Jaburu — disse o deputado Marcelo Aro (PHS-MG).

Presidente nacional do PPS, Roberto Freire defendeu que os partidos que estão apoiando o impeachment deem sustentação para um eventual novo governo.

— Se houver o impeachment, esse novo governo precisa de um apoio político muito grande porque não foi eleito pelo voto popular. Quem vota a favor do impeachment tem a obrigação de apoiar o novo governo.


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