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Aliados de Temer dizem que vice está tranquilo e que decisão ‘extrapolou poderes’

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BRASÍLIA — Assessor especial do vice-presidente Michel Temer, Mozart Vianna, saiu do Palácio do Jaburu para a Câmara para auxiliar os deputados que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma contra a decisão do presidente em exercício da casa Waldir Maranhão (PPS-BA). Segundo auxiliares próximos, Temer recebeu a informação com tranquilidade, por considerar que a deliberação tomada pelo plenário da Câmara foi “um ato jurídico perfeito”. Na avaliação do grupo de peemedebistas reunido desde a manhã desta segunda-feira na residencia oficial do vice, a decisão de Maranhão “extrapola os seus poderes”.

— A decisão pelo afastamento da presidente Dilma foi aprovada por 367 deputados, um quórum acima do exigido pela casa. O plenário é órgão supremo da Câmara. Além disso, Maranhão está interferindo nos poderes de outra casa porque o processo já saiu da Câmara. Se todo vez que um presidente assumir, mudar decisões aprovadas pelo plenário o país viverá um ambiente permanente de insegurança jurídica. Esta decisão não para de pé — disse uma pessoa próxima a Temer.

Aliados do vice-presidente Michel Temer consideraram a decisão de Waldir Maranhão um “ato desesperado” que teria sido articulado pelo governo para impedir a conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eles contestam, nos bastidores, a validade de decisão e dizem que, agora, cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se pronunciar sobre o tema.

– Vai depender agora do que Renan decidir. Se ele vai devolver o processo à Câmara ou se vai ignorar esse pedido do Waldir Maranhão. A bola está com Renan – afirmou um auxiliar de Temer.

Para o entorno de Temer, a ação foi articulada pelo Palácio do Planalto. Mas, a avaliação é que a manobra não deve vingar.

– Isso que ele fez não pode. É ato de desespero do governo, mas eles não terão êxito – disse um interlocutor do vice-presidente.

Além da decisão de Renan, que pode encerrar a questão, partidos da oposição já estão se mobilizando para derrubar a decisão de Waldir Maranhão. O Solidariedade entrou no Supremo Tribunal Federal com pedido de anulação da decisão. Há ainda a expectativa de expulsão de Maranhão do PP, o que possibilitaria o seu partido a pedir à Câmara uma nova indicação para a vaga que ele hoje ocupa.

O deputado Arthur Maia (PPS-BA) que estava reunido com o vice-presidente Michel Temer, deixou a residência oficial, o Palácio do Jaburu, chamando de absurda a decisão do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão. Perguntado sobre a reação de Temer, o parlamentar disse que não se trata uma questão do vice, mas dos deputados, porque votaram de acordo com todas as regras o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff e que isso não poderia ter sido feito por Maranhão.


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