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Alckmin e Aécio são hostilizados e não discursam na Paulista

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SÃO PAULO. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram hostilizados por manifestantes quando chegavam na Avenida Paulista neste domingo. Os dois, que subiriam no caminhão do Movimento Brasil Livre (MBL), deixaram o local sem discursarem.

O senador e o governador ficaram por cerca de 15 minutos no caminhão do MBL decidindo sobre o que fazer, após ouvirem gritos de “vagabundo”, “Aécio, o próximo é você” e “Alckmin, ladrão de merenda” de manifestantes. Havia pessoas com cartazes de “fora Aécio” e “fora Alckmin”. Um senhor disse: “Se Aécio acha que isso aqui vai cair no colo dele, está muito enganado”. Depois de conversarem, os dois deixaram a Paulista.

Ao ser perguntado sobre o fato de ter sido citado em algumas das delações da Lava-Jato e ter sido alvo de mensagens hostis durante o protesto, Aécio disse considerar “normal” as manifestações e as investigações:

— É normal, acho que todas as situações têm que ser investigadas, e todas elas estão se desmontando, porque são falsas. Estamos aqui como cidadãos, respeitando a pluralidade de uma sociedade tão múltipla como a nossa, e na busca daquilo que nos une: o fim desse governo — disse o tucano, para quem seria preciso haver “convergência entre a rua e a política para que a saída seja rápida e a melhor para o Brasil, não para um partido político”.

Horas antes, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin também havia declarado que era preciso “uma solução rápida para o Brasil”. Na Paulista, antes de ir embora, Aécio falou com jornalistas e defendeu uma “saída rápida” para a crise;

— Nós temos três caminhos que se colocam hoje: o impeachment da presidente da República, a cassação da chapa via TSE e a renúncia da própria presidente. É importante que as lideranças do país tenham uma convergência – disse Aécio.

A assessoria de Aécio afirma que desde a noite de sábado o senador havia decidido não discursar no evento, por entender que o objetivo não era ser protagonista dos atos, mas “participar como cidadão”.

Em nota, o PSDB paulista disse que as lideranças tucanas presentes à manifestação ficaram “extremamente satisfeitas” com a recepção da população nos protestos. O PSDB disse que nunca estiveram previstos discursos de qualquer um de seus políticos.

“Aécio e Alckmin foram convidados por movimentos sociais e entidades (…). Nunca estiveram previstos discursos de qualquer um deles. É, portanto, mentirosa e equivocada a informação que eles desistiram de suas falas”, diz a nota.

MARTA SUPLICY

A senadora Marta Suplicy, do PMDB, também sofreu ataques durante sua ida à Avenida Paulista neste domingo e teria, segundo o portal de notícias G1, deixado o evento antes do previsto. Ela dava entrevista em frente à Fiesp sob alguns gritos de “perua”, “vira casaca” e “fora PT”. Um manifestante gritou para a senadora que o “PMDB é igual ao PT”.

Em nota, a assessoria de Marta disse que ela não foi hostilizada. Segundo a assessoria, a senadora entrou na Avenida Paulista pelo prédio da Fiesp e se integrou aos protestos, “sendo positivamente saudada por centenas de manifestantes que o tempo todo vinham ao seu encontro para cumprimentá-la e fazer fotografias ao lado de simpatizantes e seus familiares”.

“Registre-se que uma única pessoa, um senhor acompanhado de uma mulher, exclamou em voz alta a frase PMDB é igual ao PT”, diz a nota, salientando que ela se retirou da manifestação sem hostilidade.


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