Brasília Amapá |
Manaus

Assassinato de Mulheres cresce 25% em 2019

Compartilhe

CE – Lidiane Gomes da Silva, 22, é a mais recente vítima, no Ceará, de um ciclo de violência doméstica que culminou em sua instância máxima: assassinato. Morta pelo ex-namorado em um shopping no município de Maracanaú, ontem, a jovem encorpa estatísticas cada vez mais preocupantes, a de mortes violentas por razão de gênero, ou seja, pelo fato de ser mulher. Assim se constitui o crime de feminicídio.

No geral, o número de assassinato de mulheres vem crescendo no Ceará. Entre 2017 e 2018, o aumento foi de pelo menos 25%, segundo levantamento parcial da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Das 457 mortes registradas no ano passado (dados de dezembro não finalizados), 24 foram classificadas como feminicídio. Os números, no entanto, podem ser ainda maiores com a consolidação dos dados pela Pasta.

O crime que vitimou a vendedora no seu local de trabalho teve como motivação o inconformismo pelo rompimento da relação, aponta a investigação. Em relato da própria vítima durante conversa – obtida pelo Sistema Verdes Mares- tida com um amigo por rede social, ela dizia ter sofrido ameaças do ex-companheiro.

Alighiery Silva de Oliveira, 25, trabalhava como auxiliar administrativo terceirizado no 24º Distrito Policial e furtou uma arma da unidade para cometer o crime. O atirador se matou em seguida.

Casos como o de Lidiane quase sempre decorrem de um ciclo de violência doméstica já em andamento pelos agressores, segundo explica a superintendente do Instituto Maria da Penha, Conceição de Maria Mendes. “O feminicídio é um crime anunciado, cometido unicamente pelo fato da vítima ser mulher, dela estar numa relação de posse, numa relação violenta, abusiva, em que acontecem muitas ameaças, cerceamento do direito de ir e vir, muitas vezes do direito de trabalhar, e ela é afastada dos seus grupos de convívio. É uma relação em que ela não pode se desenvolver. Começa com uma violência psicológica que vai aumentando e culmina na física”, destaca.

Políticas Públicas

Como forma de prevenção, a especialista reforça a importância da criação de políticas públicas mais efetivas e voltadas para o atendimento à mulher em situação de violência, em que, por meio destas, as vítimas possam reconhecer o cenário de abuso e buscar a proteção necessária. Como, por exemplo, os serviços prestados pelo Centro de Referência da Mulher, segundo aponta Mendes.

Com informações: Diário do Nordeste


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7