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Mundo tem mais pessoas com sobrepeso do que abaixo do peso, diz pesquisa

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LONDRES – Mais de 640 milhões de pessoas no mundo podem ser classificadas como obesas, e o planeta tem mais indivíduos acima do peso do que abaixo do peso, de acordo com uma análise da tendência global de índice de massa corpotal (IMC). Numa escalada assustadora da obesidade nos últimos 40 anos, o número de pessoas com IMC superior a 30 subiu de 105 milhões em 1975 para 641 milhões em 2014, diz o estudo. Mais de um em cada dez homens e uma em cada sete mulheres no mundo são obesos.

Segundo a pesquisa, se a tendência continuar, 18% dos homens e 21% das mulheres no mundo serão obesos em 2025.

O IMC de uma pessoa é calculado divindo o peso de uma pessoa em quilo pela sua altura, em metros, elevada ao quadrado. Por este índice, pode ser avaliado se o peso desse indivíduo é saudável. Um IMC acima de 25 significa sobrepeso. Acima de 30 significa obesidade. E um IMC superior a 40 quer dizer obesidade mórbida. Hoje, o planeta tem 55 milhões de pessoas com obesidade mórbida, o que dificulta funções físicas básicas, como andar e até mesmo respirar.

– O número de pessoas pelo mundo cujo peso coloca em sério risco a sua saúde é é maior do que nunca – afirma a professora Majid Ezzati, da escola de saúde pública do Imperial College London, em Londres, no Reino Unido. – E essa epidemia de obesidade severa está disseminada demais para ser combatida com medicamentos como drogas para abaixa a pressão sanguínea ou tratamentos para diabetes isolados, ou com algumas pistas para bicicletas a mais.

Para fazer alguma diferença, diz Ezzati, são necessários passos coordenados mundialmente, incluindo aí intervenções na precificação de alimentos saudáveis contra alimentos não saudáveis, ou a taxação de alimentos com muito açúcar ou muito processados.

Mesmo assim, o peso corporal excessivamente baixo continua sendo um problema de saúde pública sério nos países mais pobres do mundo, dizem os pesquisadores, e o crescimento da obesidade não deve ofuscar o realidade problemática de muitas pessoas que não tem o que comer. No Sul da Ásia, por exemplo, quase 25% da população está abaixo do peso. Na região Central e no Oeste da África, cerca de 12% das mulheres e 15% dos homens também pesam menos do que o mínimo para serem considerados saudáveis.

O estudo, publicado pela revista médica “The Lancet”, envolveu a Organização Mundial de Saúde (OMS) e mais de 700 pesquisadores no mundo. O trabalho analisou dados de peso e altura de quase 20 milhões de pessoas em 186 países. Concluiu que nas últimas quatro décadas a média de IMC entre os homens do planeta subiu de 21,7 para 24,2 e, entre as mulheres, de 22.1 para 24.4. Ou seja, a população mundial engordou, em média, 1,5kg por década.


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