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Conheça alguns fatores que influenciam no hormônio do sono

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Conhecida popularmente como o hormônio do sono, a melatonina é uma substância produzida pela glândula pineal, uma estrutura que possui o tamanho de uma semente de laranja e fica localizada na região central do cérebro. Dentre suas funções mais conhecidas, a melhora na qualidade do sono é a que ganha maior destaque.

Funções da melatonina para o organismo

De acordo com o nutrólogo Fabrício Brito, especialista em nutrologia, medicina estética, saúde preventiva e modulação hormonal, apesar de sua fama se dar pela ação na regulação do sono, este hormônio influencia diversos processos fisiológicos do nosso organismo, como por exemplo:

Regulação do sono

Tendo um aumento da produção deste hormônio a partir do entardecer, ela prepara o corpo para o descanso, apresentando picos por volta das 23h e às 3h da manhã. Após a ocorrência destes picos, os níveis de melatonina diminuem rapidamente, preparando o corpo para acordar, atingido seus valores mínimos entre às 8h e 9h da manhã, mantendo-os durante todo o dia.

Prevenção dos sintomas na mudança de fusos horários
Conforme revela o nutrólogo, a suplementação de melatonina pode ser uma boa solução para minimizar ou prevenir os efeitos de “jet lag”, muito comum em longas viagens e resultantes da mudança de fusos horários.

Função antioxidante

Cumprindo o papel de antioxidante, a melatonina combate radicais livres, agindo na recuperação de células epiteliais expostas a radiação ultravioleta, estresse, poluição e outras substâncias tóxicas.

Atua no sistema imunológico

“Existem pesquisas que revelam a atuação deste hormônio no sistema imunológico, auxiliando na prevenção de doenças como o câncer ou conferindo benefícios no tratamento de enxaquecas, autismo, envelhecimento precoce, depressão, Alzheimer e diabetes”, relata o médico.

Contando com descobertas recentes, este hormônio ganha funções além do tratamento para um sono melhor, podendo agir em diferentes enfermidades, gerando benefícios ao organismo.

Quais fatores influenciam a produção da melatonina?

Segundo Fabrício, para garantir melhor efeito da sua produção e ação, seja esta do hormônio sintetizado pelo próprio organismo ou em forma de suplemento são necessários alguns cuidados. “Eliminar fontes de luz, som, calor ou aroma é importante para não acelerar o organismo e impedir que o sono se instale”, ensina. Confira outros fatores que podem influenciar sua produção:

Fontes de luz

Como a produção da melatonina está intimamente ligada à exposição da luz, é importante evitar uma superexposição em períodos noturnos, especialmente à luz azul, presente nas telas de equipamentos eletrônicos. “Atualmente existem aplicativos que filtram esta luz em celulares, computadores e tablets, evitando a interferência na regulação deste hormônio”, sugere.

Idade

O nutrólogo explica que a secreção de melatonina pela glândula pineal varia significativamente com a idade. Com o início de sua secreção por volta do 4º mês de vida, sua capacidade de secreção aumenta rapidamente, atingindo um pico entre as idades de 1 e 3 anos. Após este período, sua produção tem uma ligeira diminuição, permanecendo assim durante toda a vida adulta.

A partir do envelhecimento, esta produção começa a declinar. Para entender de forma mais fácil, basta comparar uma pessoa de 70 anos a um adolescente: a primeira terá níveis de melatonina 75% mais baixos do que a segunda. “O motivo desta queda é a calcificação progressiva da glândula pineal, a qual vai perdendo a capacidade de secretar este hormônio”, esclarece o profissional.

Uso de medicamentos

Existem alguns medicamentos que podem atuar inibindo a produção natural da melatonina, como o propranolol, um fármaco muito utilizado para o tratamento da hipertensão e de problemas cardíacos. Outro fator que destaca a importância do acompanhamento médico em todas as ocasiões.

Cegueira

“Pacientes com deficiência visual que não conseguem detectar a presença de luz possuem grandes chances de ter a produção deste hormônio desregulada”, declara o médico. Estes ainda têm a gravidade de sua deficiência relacionada com o aumento dos transtornos de sono.

Dentre outros cuidados para facilitar a secreção e atuação da melatonina, Fabrício sugere a ingestão de refeições leves, além de evitar bebidas com cafeína ou álcool, já que estas também interferem na ação deste hormônio.

Quando devo suplementar a melatonina?

A primeira recomendação é buscar uma orientação médica. “É necessário realizar uma avaliação médica, com uma anamnese bem feita, levantado os fatores acima abordados, além da análise do estilo de vida do paciente, incluindo ciclo do sono, trabalho noturno, viagens etc.”, orienta o nutrólogo.

Dentre as indicações para a suplementação de melatonina, o profissional destaca sua ação na enxaqueca, onde o uso de melatonina pode solucionar o problema. “Outra indicação seria seu uso em tratamentos de câncer, reforçando a imunidade do paciente e auxiliando na destruição de células tumorais”, adiciona.

Além destas indicações a suplementação ainda possui ação benéfica no tratamento de crianças autistas, favorecendo uma regulação de seu sono e influenciando diretamente no seu comportamento.

Venda proibida no Brasil

Apesar de ter seu uso difundido através do mundo como suplemento, em forma de comprimidos, cápsulas, gotas ou spray nasal, no Brasil a comercialização de fórmulas industrializadas é proibida. “Apenas em 2017 sua comercialização foi liberada em nosso país, porém de forma restrita: somente com fórmulas manipuladas em farmácias devidamente licenciadas, com sua forma de administração e o horário de uso dependendo da prescrição médica”, esclarece Fabrício.

Após a visita médica, se houver indicação deste hormônio, basta levar a receita para uma farmácia de manipulação, devendo ter suas doses administradas conforme orientação do médico responsável.

O nutrólogo informa que existem estudos recentes que indicam a ação positiva da melatonina no auxílio da perda de peso. “Ela atua como regulador das etapas do balanço energético, as quais incluem ingestão alimentar, fluxo de energia e estoque e gasto energético”. Esta ação inibiria a formação de novas células de gordura, porém ainda são necessários mais estudos para comprovar esta relação.

Com cada vez mais estudos buscando esclarecer as diferentes ações deste hormônio no nosso organismo, atualmente é possível afirmar que sua ação vai muito além da regulação do sono. Possuindo produção natural, sua suplementação deve ser indicação médica, juntamente com acompanhamento especializado.

Fonte: dicasdemulher.com


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