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Programa de fomento Rumos anuncia 117 selecionados para biênio 2015-2016

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SÃO PAULO – O Itaú Cultural anunciou nesta segunda-feira os selecionados no Rumos 2015-2016, programa de fomento à produção artística brasileira. A instituição contemplou 117 projetos de 25 estados, além de um estrangeiro, da Argentina — a partir de um universo de mais de 12 mil inscritos. Serão distribuídos recursos no valor total de R$ 15,5 milhões — na edição passada, do biênio 2013-2014, a verba girou em torno de R$ 13, 5 milhões. A lista completa pode ser acessada pelo site do instituto: http://www.itaucultural.org.br.

— Além dos valores em dinheiro, que podem ser divididos no prazo de três anos, tem um valor agregado que tem a ver com a estrutura que o Itaú Cultural coloca à disposição dos artistas e não é mensurável — disse Eduardo Saron, diretor do Instituto.

A maioria dos trabalhos reflete temas que ganharam protagonismo nos últimos anos no cenário cultural: questões raciais, de gênero e sobre comunidades isoladas. Houve também muitas propostas de artistas viajantes, a partir de projetos de intercâmbio artístico entre estados brasileiros e com outros países, como Angola, Colômbia, Cuba, Espanha, México e Uruguai. Entre os formatos mais propostos estão projetos de audiovisual e documentário, patrimônio e memória, artes visuais, formação e música.

A região sudeste responde por 62% dos contemplados, sendo que São Paulo e Rio lideram a lista, com 25 e 11 trabalhos selecionados, respectivamente. Dois dos principais projetos cariocas, “Pontes sobre abismos”, de Alice de Souza Motta, e “Acervo Agudás – Os brasileiros do Benin: documentos visuais, sonoros e textuais”, de Milton Roberto Monteiro Ribeiro, se debruçam sobre os laços brasileiros com a África. O primeiro é um projeto de artes plásticas que estabelece um diálogo entre passado e presente, a partir do resgate da memória dos nossos ancestrais africanos. O segundo é uma pesquisa sobre os descendentes de africanos escravizados no Brasil que voltaram aos seus países de origem, no Benim, Togo e Nigéria.

Outro tema que aparece com muita frequencia é a discussão de gêneros, presente em pelo menos três projetos de documentários: “Fabiana”, da goiana Brunna Laboissiere Ferreira, sobre uma caminhoneira que assumiu a identidade feminina na adolescência e está para se aposentar; “LUMA”, da baiana Camele Lyra Queiroz, que mostra a aproximação da diretora com um tio transsexual que mora em São Paulo, após 27 anos; e “TransAmazona”, da produtora paraense Muamba Estúdio, propõe um roadmovie experimental sobre transsexuais e travestis ao longo da rodovia BR 230, a Transamazônica.

As comunidades isoladas estão presentes em pelo menos dois projetos: o longa documental “Depois da primavera”, que mostra o reencontro de um sírio e seus dois filhos, que não se comunicam há dois anos, e o site “A cidade inventada – Versão expandida e internacional”, que mostra como se dá o confinamento de ex-portadores de hanseníase em uma cidade do sul do país.​


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