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Crítica: ‘Post pop depression’, de Iggy Pop

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O nome do disco é “Depressão pós-Pop”, assinado por dois músicos de muito talento, nenhum dos dois conhecido por seu humor edificante. Quando se sabe que Josh Homme usou a produção como terapia depois do ataque terrorista durante o show de sua outra banda (a que ele não estava presente), os Eagles of Death Metal, em Paris, e que David Bowie, velho companheiro de glam rock de Iggy Pop, morreu na fase de acabamento, a esperança quase morre: lá vem um disco lamentoso e melancólico do par de abutres (uma das músicas se chama “Vultures”, urubus), o menor, mais velho e encarquilhado, e o grandão, albino.

Mas até que não: apesar do nome e de versos como “Tudo o que tenho é o meu nome”, de “American Valhalla”, da bela e triste “Paraguay” e de sentidos diversos encontráveis nas letras, “Post Pop depression” é um belo disco de rock, em muitos trechos realizando-se o que se imaginaria dele: um disco dos Queens of The Stone Age com o vozeirão grave de Iggy — o que é ótimo. Em momentos mais dançantes, como “Sunday”, o sobrenome Pop se faz evidente, e tem-se um rockzinho até alegre, valorizado por vocais de apoio femininos e pela batida leve de Matt Helders, baterista dos Arctic Monkeys que deu uma força nas gravações, assim como Dean Fertita, multi-homem dos Queens.

Entre riffs trabalhados (“German days”) e ecos de Bowie (“Gardenia”, a cara de “Let’s dance”), um disco simples e bem tocado, em que brilham as canções e a voz, e de cuja audição ninguém sai deprimido.

Cotação: Bom


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