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Sexonambulismo: Saiba quais são as causas e o tratamento

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O termo é pouco conhecido, mas, na verdade, deveria ser mais explorado, conforme destaca o psicólogo e educador sexual Breno Rosostolato. A condição possui implicações sérias à vida – não apenas da pessoa que é acometida pelo distúrbio, como também, daquelas que convivem com ela.

Também conhecido como sexsomnia, o sexonambulismo é uma forma de sonambulismo. “É caracterizado pelo desejo de ter relações sexuais e se masturbar durante o sono. Acomete aproximadamente 7% da população mundial, ou seja, não é tão raro e incomum”, acrescenta Rosostolato.

A terapeuta sexual Leila Cristina comenta que a sexsomnia foi reconhecida como uma doença pela primeira vez em 2014. E, em 2018, a Academia Americana de Medicina do Sono (AASMNET) a incluiu em seu catálogo. “Ela faz parte do grupo de doenças conhecidas como parassonias, atividades motoras que são realizadas durante o período do sono”, diz.

De acordo com o psicólogo, a doença prevalece mais em homens que em mulheres, ele também explica que o sexonambulismo é polêmico, porque houveram muitos casos de homens que tiveram relações sexuais com outras pessoas, sem o consentimento delas, o que configura estupro, e alegaram não lembrar de nada.

“Esta questão da relação sexual concretizada através da alegação do sexonambulismo fez com que a área do Direito e Criminal tivesse que estudar o assunto com profundidade para poder culpar ou inocentar os casos já acontecidos”, acrescenta o psicólogo.

Já a terapeuta sexual Leila ressalta que esse distúrbio se tornou polêmico porque muitas pessoas “atacam sexualmente” seus parceiros durante o sono. “Como está dormindo, a pessoa não sabe o que faz, já que se trata de uma atividade automática do sistema nervoso. Homens e mulheres se queixam de serem surpreendidos durante o sono por seus parceiros ou parceiras em plena atividade sexual (ou tentativa)… As mulheres, principalmente, sentem-se estupradas ou violentadas por seus parceiros”, explica.

Características do sexonambulismo

Masturbação
Carícias
Sexo oral
Relações sexuais que podem atingir o clímax (orgasmo)
Agressão sexual/estupro

Leila ressalta que foi feita uma pesquisa online pela University Health Network, em Toronto (2006), onde constatou-se que 2/3 dos casos relatados ocorriam com homens.

“As causas incluem: consumo de álcool, uso de drogas, fadiga e estresse, além dos distúrbios do sono como apnéia obstrutiva. Outra causa de sexsomnia é a epilepsia relacionada ao sono, que pode resultar em excitação sexual, impulso pélvico e orgasmos”, explica a terapeuta sexual.

A terapeuta também alerta que não se deve confundir sexonambulismo (sexsomnia) com ereção noturna, um fato bastante comum pelas alterações hormonais no homem durante o sono. “Na doença, a pessoa precisa estar ativa para conseguir o prazer sexual, seja sozinha, se masturbando ou com o/a parceiro(a)”, destaca.

O diagnóstico do sexonambulismo, conforme explica Leila, deve ser feito em hospitais ou em clínicas especializadas, por meio do estudo das ondas cerebrais do paciente (polissonografia noturna, eletroencefalograma).

Existe tratamento para o sexonambulismo?

Breno Rosostolato destaca que o distúrbio não tem cura. “É muito importante a pessoa buscar ajuda e orientação médica e psicoterápica. Conhecer sobre o assunto é necessário para saber como lidar com este distúrbio, bem como os métodos e procedimentos existentes para atenuar os agravantes e dificuldades”, diz.

Leila ressalta que a primeira coisa a se fazer é procurar ajuda médica para os distúrbios do sono, pois uma pessoa com sexsomnia pode experimentar muitas emoções negativas, incluindo:

Frustração
Raiva
Confusão
Negação
Medo
Repulsão
Culpa
Vergonha

“Essas emoções negativas frequentemente levam a um tremendo estresse. O comportamento sexual durante o sono, seja agressivo ou não, para se a pessoa for despertada; por isso é importante que quem sofre desta doença converse com seu/sua parceiro/a pois ele estará agindo sem ter consciência ou memória do ocorrido”, acrescenta Leila.

Rosostolato explica ainda que existem indicações de tratamentos medicamentosos, como antidepressivos, para pessoas que sofrem deste distúrbio. “É importante a pessoa buscar entender este tipo de sonambulismo investigando os distúrbios ligados ao sono. A psicoterapia, assim como técnicas de relaxamento e que promovam uma melhor respiração (como o yoga), são indicadas”, diz.

Leila Cristina comenta que o tratamento combina terapia e mudanças no estilo de vida do paciente. “Álcool, ansiedade e estresse devem ser evitados, pois podem ser gatilhos sexuais do sono. Os médicos costumam prescrever antidepressivos e/ou sedativos, acabando com os sintomas entre um a três meses. Também é possível tomar certas precauções, como dormir em um quarto separado com a porta trancada até que estes sintomas já estejam controlados”, acrescenta.

Fonte: Dicas de mulher


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