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Cafetão fatura R$ 50 mil por mês explorando garotas de programa especialmente para políticos em Brasilia, veja

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Investigado na Operação Eros, que apura um esquema de exploração sexual no coração de Brasília, um homem de 64 anos é apontado por investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (área central) como o maior cafetão da região.

José Luiz Saran movimentaria cerca de R$ 50 mil mensais gerenciando a prostituição de mulheres empregadas em três casas de massagem de sua propriedade.

Saran e sua companheira, Josenilda da Silva, 39, foram indiciados pela prática de rufianismo, que envolve o recebimento de dinheiro por sexo praticado por terceiros.

A pena prevista no Código Penal Brasileiro para o delito é de 1 a 4 anos de reclusão, além de multa.

Instaladas no térreo do hotel Garvey, no Setor Hoteleiro Norte, as três clínicas operam simultaneamente atendendo homens à procura de sexo discreto.

Disfarçados de centros estéticos, os estabelecimentos empregam pelo menos oito garotas de programa, que se dividem em turnos para trabalhar nas três casas.

De acordo com as investigações, Saran e Josenilda conduzem o negócio há pelo menos 15 anos, com mão de ferro.

De acordo com as apurações, o casal cobra uma comissão de R$ 55 para cada programa consumado nas clínicas.

Em média, cada prostituta que trabalha na New Esthetic, na Brasília Sthetic Center e na Pro Sthetic faz quatro programas sexuais por dia, o que renderia aos aliciadores cerca de R$ 50 mil a cada 30 dias.

“Muitas das garotas ouvidas na delegacia dizem que trabalham sete dias por semana e chegam a manter relações sexuais com seis ou sete homens em apenas um dia de trabalho”, disse o delegado da 5ª DP (Área Central), Luiz Gustavo Neiva.

Sexo sob coação

O baixo valor cobrado de comissão pelo dono das clínicas tem um objetivo: faturar com o giro de clientes.

As apurações e os depoimentos prestados pelas garotas de programa envolvidas revelam que Saran não abre mão das comissões e costuma deixar isso bem claro.

“Ele não autoriza que as garotas cobrem R$ 200, R$ 300 ou o valor que desejarem pelos programas, pois isso pode afastar a clientela.

Ele exige, até sob coação, que os preços não ultrapassem os R$ 160, sendo que R$ 55 vão para o bolso dele”, explicou Neiva.

Todas as garotas que dão expediente nas clínicas são orientadas a apresentar quatro opções de massagem aos clientes.

A primeira é apenas relaxante, sem relação sexual, por R$ 100.

As outras variam de R$ 120 a R$ 160, incluindo desde masturbação até a consumação do sexo.

Os valores podem ser pagos em dinheiro ou no cartão de débito. Tudo é negociado dentro das cabines, diretamente com as garotas.

As investigações identificaram que Saran costuma passar diariamente, nas três clínicas, para recolher o dinheiro vivo arrecadado com os programas.

“As quantias ficam dentro de envelopes guardados pelas garotas no interior das clínicas.

O Saran passa e recolhe todo o dinheiro”, afirmou o delegado. Indiciado, o dono das clínicas foi intimado a prestar depoimento na 5ª DP, nesta quarta-feira (6/12), às 16 horas.

Clínica equipada

A reportagem do Metrópoles foi até a clínica Brasília Sthetic Center, a principal entre as três casas de massagem mantidas por Saran. Bastante organizado, decorado com temas orientais e perfumado, o local conta com uma recepção, onde uma moça faz o primeiro atendimento.

Fotos: Reprodução

No início, a jovem explica que o estabelecimento oferece massagem relaxante por R$ 100, mas que os “outros serviços” podem ser negociados diretamente com a massagista, dentro de uma das cabines.

O ambiente tem três salas independentes, voltadas apenas para a realização dos programas.

Dentro da cabine, a massagista dá seu preço: R$ 120 para finalizar a massagem com masturbação, R$ 140 para sexo oral e R$ 160 para o chamado “sexo completo”.

Dentro de cada uma das salas, um aviso pregado na parede chama atenção: a direção da clínica afirma que o local “não compactua e nem autoriza a realização de massagens sensuais ou programas nos ambientes”.

A reportagem ligou para dois telefones fixos e um celular, para tentar localizar o dono dos estabelecimentos, mas Saran não foi encontrado até a última atualização desta reportagem.

 

Metrópoles


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