Sem Patrocínio, lutadores brasileiros vendem sonhos para conquistar o Mundo
Brasil – A paixão pelo esporte une dois jovens atletas de artes marciais no Brasil: Wilian Rocha, do jiu-jítsu, e Luan Vinicius, do boxe. Ambos encaram não apenas os desafios de suas modalidades, mas também a árdua luta para financiar suas carreiras e alcançar o reconhecimento profissional.
Wilian Rocha: O Guerreiro do Tatame
Wilian Rocha, de 23 anos, morador da comunidade Vila da Paz, no Itanhangá, é um exemplo de determinação. Aos 19 anos, ele ganhou notoriedade ao vender doces em um sinal da Barra da Tijuca, trajando quimono e exibindo suas medalhas. Seu objetivo era arrecadar recursos para competir nos Estados Unidos, sonho que concretizou no ano passado. Durante sua temporada no exterior, Rocha conquistou uma medalha de ouro e uma de bronze, além de ter a oportunidade de se dedicar exclusivamente ao jiu-jítsu.
Agora, ele se prepara para um novo desafio: o Pan-Americano, na Flórida, em março. Porém, a falta de patrocínio e apoio governamental continua sendo um obstáculo.
— É difícil conciliar os treinos com a busca por recursos. Já tentei o bolsa-atleta, mas não obtive resposta. Se não conseguir suporte, vou voltar ao sinal, fazer rifas e contar com amigos. Meu sonho é viver do jiu-jítsu — afirma Wilian.
Apesar das dificuldades, o atleta segue confiante e determinado a alcançar a alta performance na modalidade.
Luan Vinicius: Da Seleção ao Boxe Profissional
Luan Vinicius, de 28 anos, morador da Freguesia, trilha seu caminho no boxe profissional após uma longa trajetória no boxe olímpico. Campeão brasileiro na categoria leve pelo Conselho Nacional de Boxe em 2024, ele começou sua carreira ainda adolescente, influenciado pelo pai, que é faixa preta de jiu-jítsu. Após 13 anos competindo como boxeador olímpico, incluindo três na Seleção Brasileira, Luan migrou para o boxe profissional.
— O boxe profissional tem lutas mais longas e exige uma preparação completamente diferente. Minha transição foi uma tentativa de continuar no esporte de alto rendimento, mas a maior dificuldade é a falta de patrocínio — destaca Luan.
Além dos treinos diários, Luan ministra aulas em um projeto social de boxe criado por seu pai. Seu objetivo é alcançar reconhecimento internacional, mirando títulos como o latino e o mundial.
O Sonho que Vai Além do Esporte
A jornada de Wilian e Luan reflete a realidade de muitos atletas brasileiros: talento e dedicação não bastam para atingir o sucesso. A falta de investimento no esporte no Brasil força jovens como eles a encontrar alternativas criativas para financiar seus sonhos. Apesar disso, ambos seguem firmes, determinados a mostrar ao mundo que a garra brasileira é capaz de superar qualquer desafio.
Com informações via O Globo