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Promotoria exime Messi de fraude fiscal mas acusa o pai do jogador

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No último dia do julgamento por fraude fiscal contra o craque argentino Lionel Messi, a promotoria de Barcelona reiterou o pedido de absolvição do jogador, ao mesmo tempo em que culpou o pai do atleta, considerado “seu alter ego na gestão econômica”.

– Lionel Andrés Messi deve ser absolvido – afirmou a promotoria durante as conclusões do julgamento do craque do time catalão e de seu pai Jorge Horacio, acusados de fraude de € 4,16 milhões (R$ 16,5 milhões) ao fisco espanhol por meio de uma rede de empresas offshore.

A promotoria aceitou a versão de Messi, que na quinta-feira declarou ao tribunal que se “dedicava a jogar futebol e não tinha ideia de nada” do que estava acontecendo.

– Não há nenhuma evidência de que alguém o explicasse algo – afirmou.

Mas a acusação contra o pai foi mantida, assim como o pedido de um ano e meio de prisão.

– Se isto aconteceu foi porque ele, Jorge Messi, aceitou – afirmou o promotor, que definiu o pai do atleta como “o alter ego de Messi na gestão econômica”.

ADVOGADO DO ESTADO ACUSA MESSI

O julgamento será suspenso para a sentença depois das alegações finais do advogado do Estado, representante da Fazenda espanhola, e da defesa. A defesa pede a absolvição de ambos, mas o advogado do Estado reclama penas para ambos, por entender que Messi era consciente e se beneficiou do esquema. Ele pede uma multa equivalente ao valor da fraude e 22 meses de prisão, que não seriam cumpridos pela ausência de antecedentes.

Na defesa da condenação, o advogado do Estado, Mario Maza, chegou a comparar Messi a um “capo” de uma “estrutura criminosa”. Maza considera que os argumentos de Messi e Horacio não são críveis.

– Eles podem ter profanado em matéria tributária e não serem capazes de constituir sociedade, mas são capazes de entender o que é pagar impostos. Um menino de dez anos entende isso. E isso Messi tinha que entender sem nenhum problema – afirmou Maza, completando que “não tem dúvidas” da participação de Messi.

ENTENDA O CASO

Messi e seu pai, Jorge Horacio, são acusados de uma evasão de € 4,16 milhões ao fisco espanhol entre 2007 e 2009, com a utilização de uma série de empresas no Reino Unido, Suíça, Belize e Uruguai para receber os direitos de imagem, evitando assim o pagamento de impostos.

Durante estes anos, Messi assinou contratos de patrocínio com marcas como Adidas, Konami, Pepsi e Danone em nome de uma empresa no Uruguai, Jenbril, que pertencia 100% a ele e à qual cedeu a gestão de seus direitos. O jogador afirmou desconhecer tudo isto.

O emaranhado de empresas foi elaborado por um escritório de advocacia de Barcelona que prestava assessoria à família na área fiscal e que mantinha contato apenas com seu pai.

– O senhor Jorge Messi não pode evitar sua responsabilidade culpando os assessores – disse o promotor.


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