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Paratletas contam como driblaram as dificuldades e encontraram no esporte sua superação

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Manaus (AM) – Paratletas apoiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado, Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), contam como o esporte transformou suas vidas e os ajudou a superar as limitações causadas pela deficiência. Paratleta de halterofilismo mais antigo do Estado, José Ricardo Silva, conta como conseguiu recomeçar a dar um novo sentido para a vida após um acidente em uma embarcação no porto da Ceasa, em que perdeu parte da perna.

“Depois que perdi uma parte da minha perna direita, foi no esporte que encontrei forças para superar minha tristeza pelo acidente.”, ressalta o atleta. 

José Ricardo, que já participou de diversos torneios nacionais e internacionais, entre eles a Copa do Mundo de Halterofilismo Paralímpico em 2016, quando conquistou o bronze, e continua treinando para novas competições, relata que após iniciar na modalidade, vivenciou experiências que, sem o esporte, não teria conseguido.

“O esporte mudou radicalmente a minha vida, foi por meio dele que conheci várias culturas, inúmeros países” comentou.  

Outra atleta que também pode mudar a realidade em que vivia após se tornar atleta é a meio fundista Josimara Andrade, deficiente visual, que faz parte da equipe de Paratletismo do Amazonas e que treina nas dependências da Vila Olímpica de Manaus. 

Josi, como é carinhosamente conhecida, relata que a família de pessoas com algum tipo de deficiência costuma se tornar mais protetora, o que pode atrapalhar na independência do indivíduo. 

“Geralmente a família, não por maldade, tende a colocar o deficiente em uma bolha. Na minha não foi diferente, mas foi por meio do atletismo pude vivenciar um outro lado da vida e ter a minha independência social e financeira.”, destacou a jovem. 

A atleta que viajou sozinha para participar de uma corrida no Rio de Janeiro, acredita que o deficiente precisa trabalhar internamente o preconceito que possa existir contra si próprio.

“A nossa maior limitação está nos medos e inseguranças dentro de nós. Precisamos entender que as nossas limitações são obstáculos a serem vencidos, mas nada nos impede de praticar um esporte, ter um relacionamento, ser mãe ou pai, ou ser referências para os outros.”, completou a paratleta. 

Leonardo Fernandes, paratleta de jiu-jitsu, conseguiu sair de um quadro de depressão, após passar pela amputação da perna esquerda, ao começar a praticar a luta, conhecida como arte suave.

“Eu me via num buraco, eu não sai da cama nos meses seguintes ao acidente. E foi o jiu-jitsu que me deu força para lutar e voltar a minha rotina. Graças ao esporte consegui alcançar minhas realizações pessoais. Sou muito grato” lembra o atleta.  

Apoio – A Sejel oferece aos paratletas atendidos pela secretaria espaços para treinamento, com a estrutura de quadras, academia e pistas de corrida na Vila Olímpica de Manaus. Além disso, a secretaria dispõe do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazonas (Ctara), que oferece aos paratletas atendimentos com profissionais como médicos, fisioterapeutas, massoterapeutas, psicólogos, nutricionistas, preparadores, físicos, entre outros.

O secretário de Esportes, Caio André de Oliveira, destaca que a pasta, seguindo determinação do governador Wilson Lima, dedica uma atenção especial aos paratletas atendidos por ela, que têm correspondido com importantes resultados nas competições que participam. 

Caio André também destaca a o papel social do desporto para os deficientes.

“O esporte é uma ferramenta muito eficaz para inclusão social e temos dado total apoio para os nossos paratletas, ofertando passagens, espaço de treinamento e acompanhamento profissional. Avalio como importante que todos que têm algum tipo de limitação, pratiquem alguma atividade esportiva.”, destaca o secretário. 

Lei – Segundo a Lei Nº 13.146/15, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera-se a pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. E, também segundo a lei, a inclusão e a acessibilidade são um direito dessas pessoas, inclusive no mercado de trabalho.

O Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência foi criada por meio do decreto de lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005 e tem como principal objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência e cobrar essas políticas públicas dos agentes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.


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