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Times têm dificuldades de incentivar futebol feminino

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A exigência do incentivo financeiro ao futebol feminino para a permanência no programa de modernização da gestão e de responsabilidade fiscal do futebol, o Profut, desafia a capacidade de os clubes cariocas se adaptarem à lei.

Uma das contrapartidas ao financiamento das dívidas com a Receita Federal e com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a obrigação de investimento em uma categoria pouco lucrativa demanda criatividade e dinheiro que os clubes do Rio dizem não ter.

— É uma interferência da lei na operação dos clubes, um exagero — disse o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, ainda em busca da melhor maneira de adaptação à contrapartida. — Estamos estudando como montar o futebol feminino dentro do orçamento, mas seria importante ter um campeonato atrativo, nos padrões da Série A masculina.

Para Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF, e que já trabalhou no São Paulo, a entidade não pode agir como uma “mãe”.

— Eu sempre fui clube e agora estou do outro lado. Aprendi que a CBF não é uma mãe. Os clubes batem na nossa porta e pedem ajuda. A CBF já isentou os times da taxa de inscrição e ajuda na estrutura de viagens e hospedagens para poder viabilizar, mas não podemos subsidiar tudo. Eles podem ter um time até amador — disse Cunha.

Brasileiro está em curso

O Campeonato Brasileiro feminino está em curso e vai para a segunda fase na próxima semana. O Flamengo é o único carioca na disputa — o Vasco foi eliminado. Para tirar do papel o time feminino, o rubro-negro fechou em julho de 2015 uma parceria com a Marinha, que mantém o time, paga salários, dá estrutura de treino e recebe do Flamengo suporte técnico e administrativo nas questões burocráticas com a CBF e Federação, além do direito ao uso da marca. A camisa é oficial, mas leva o brasão da instituição militar no peito e a inscrição “Marinha” às costas. É a forma encontrada pelo Flamengo para se adequar.

— O Profut foi iniciativa do governo e envolve concessões de ambos os lados. A parceria com a Marinha foi a alternativa — declarou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira.

A campanha do Vasco na primeira fase do Brasileiro expõe a dificuldade de o clube montar um time profissional e competitivo. Jogou quatro vezes, perdeu três e empatou uma. Levou 4 a 0 do Rio Preto e 3 a 0 do Corinthians.

— Foi uma experiência profissional, a nossa primeira vez. Nós não sabíamos como era, como funcionava. Os times são competitivos. Precisamos melhorar — declarou José Mourão Gonçalves, vice-presidente das categorias infantojuvenis do Vasco, e que dirige o time feminino. — É muito caro manter uma equipe profissional feminina, e acho difícil a categoria decolar, mesmo com o Profut.

Flu extinguiu em 2011

Além do Brasileiro, os clubes do Rio têm a opção de disputar o Estadual. Em abril, a Federação envia os convites a todos os filiados para fazer a tabela com os que aceitarem. O interesse é pequeno. Em 2015, o Flamengo foi o campeão. Além do rubro-negro, participaram Bangu, Barcelona, Búzios, Duque de Caxias e Karamba.

Procurado através de sua assessoria de imprensa, o Fluminense não quis se pronunciar. O clube extinguiu o futebol feminino em 2011.


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