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Flu e Atlético-PR decidem torneio estreante, em Minas

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Hoje, a Primeira Liga chega ao ponto culminante na final entre Fluminense e Atlético-PR, em Juiz de Fora, às 21h45m. As perguntas quem fica no ar — mais do que quem será o campeão — são se valeu a pena e qual o futuro de um torneio pautado por brigas políticas, mudanças de datas e de locais de partida e até um certo desdém por parte dos participantes (foram quatro partidas com pelo menos um dos times escalado com reservas, por motivos distintos). Porém, nesta noite, representantes de todos os 15 clubes estarão no estádio numa espécie de afirmação da competição.

— Decidimos fazer o torneio mesmo sem apoio, sabendo que não iriam punir 15 dos maiores clubes do país. Deixamos boa impressão, mesmo sem estar aparelhados — diz Gilvan Tavares, presidente do Cruzeiro e da Primeira Liga.

A final da competição coincide com os movimentos inciais da segunda fase de negociações sobre o futuro do torneio. Após duelos de bastidores, ameaças de punição não levadas a cabo e dificuldades para encaixar a disputa no apertado calendário brasileiro, os clubes membros pensam no futuro. A sinalização é por uma discussão menos litigiosa e mais pactuada com CBF e federações. No grupo do Comitê de Reformas da CBF que estuda mudanças de calendário para 2017, avançam propostas de mudanças pouco radicais no modelo atual, embora o sonho dos criadores da Liga seja ampliar a competição e fazer dela o embrião de uma Liga Nacional.

A Primeira Liga entende que conseguiu avanços: por ter levado o torneio até o fim e por ter realizado alguns jogos com bom público — os números, no entanto, não conferem clareza sobre o sucesso do evento. O Fluminense, por exemplo, jogou para mais de 21 mil espectadores e menos de dois mil. Acima de tudo, entende ter plantado o embrião para que os clubes ganhem espaço na gestão de competições. No entanto, houve problemas. O aperto no calendário esvaziou jogos e alguns tiveram pouquíssima gente no estádio. Para 2017, a ideia é ter 16 clubes e constar no calendário oficial da CBF. A dificuldade é obter datas suficientes.

REUNIÕES PARA 2016

A entidade tem representantes no grupo que estuda as reformas no calendário. Já houve quatro reuniões, todas evidenciando a luta das federações para não perder tantas datas dos Estaduais e uma posição menos impetuosa dos clubes. A proposta atual reduz as competições locais de 19 para 16 datas. E cede oito datas para a segunda edição da Primeira Liga.

— É um torneio que veio para ficar. É normal termos tido problemas por ser um campeonato em caráter experimental, mas foi muito positivo por preencher esse período do calendário. Esperamos não ter as mesmas questões, afinal foi o que a CBF prometeu — disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, que ao lado do mandatário tricolor, Peter Siemsen, tiveram o maior desgaste com a federação local.

A Liga participa do Comitê de Reformas. Além do presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, clubes como Cruzeiro e Flamengo têm mandado representantes. A sensação de que a discussão não avançaria para uma ruptura na estrutura do calendário já provocou fissuras. O consultor Luís Felipe Chateaubriand, que defendia temas como jogos do Brasileiro apenas no fim de semana e redução maior dos Estaduais, que passariam para as quartas-feiras, afastou-se.

— Agora, tudo depende da vontade, do aguerrimento de quem vai fazer. Acho que a batalha política foi vencida. Ameaçaram a Liga e nada se cumpriu. Agora, seria uma batalha técnica. Os clubes precisam apresentar a tabela que lhes interessa à CBF, com Estaduais enxutos e a Liga como eles pretendem — disse o ex-presidente do Atlético-MG Alexandre Kalil, que foi CEO da Liga e se afastou antes do início da disputa.

Em campo, o tricolor não terá a principal estrela. De pazes feitas, Fred cumprirá mais um jogo de suspensão pela expulsão no jogo de estreia, justamente contra o Atlético-PR. O substituto será Magno Alves. Osvaldo também entra no time, no lugar de Marcos Júnior.


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