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Após show de sábado, Chile é favorito contra Colômbia

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Se a Eurocopa tem mostrado, na avaliação de muitos analistas, o ápice do futebol tático, apontando o que pode ser o futuro próximo do esporte, com o jogo se desenrolando em espaços cada vez mais reduzidos do campo e a compactação defensiva desafiando cada vez mais os times que tentam construir a vitória pelo domínio da bola e troca de passes, veio da Copa América a principal atuação coletiva do futebol de seleções desde os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil no Mineirão, há dois anos.

Ao entrar no Soldier Field, às 21h desta quarta-feira, em Chicago, para a semifinal contra a Colômbia, sem o suspenso Vidal, o Chile carrega o favoritismo adquirido no massacre por 7 a 0 sobre o México no último sábado, um recital que aliou alguns dos preceitos do futebol moderno: marcação por pressão no campo rival, velocidade na busca pelo espaço livre, com intensa participação mesmo de quem está sem a bola, uso das laterais para ampliar o campo e qualidade e objetividade em busca do gol.

Há um ano, a seleção chilena ainda vivia sob o peso de jamais ter conquistado um título oficial — até a Bolívia já tinha uma Copa América em sua sala de troféus. Gritar “campeão” como anfitrião da Copa América de 2015 foi uma catarse no país, sucedida por uma dupla preocupação com o futuro: o início irregular nas eliminatórias e a saída do técnico Jorge Sampaoli, responsável pela montagem do time mais bem-sucedido da história chilena. A goleada sobre o México mostrou que o futebol envolvente não foi perdido.

O TOURO E O TOUREIRO

O trio de meio-campistas do Chile está entre os melhores do mundo, e foi fundamental para a vitória incontestável. Díaz, mais plantado, e Aránguiz e Vidal, com mais liberdade, são três jogadores que sabem jogar e têm fôlego e força para as disputas físicas. Foram os pilares da imposição chilena sobre o México de Juan Carlos Osório, um time feito para jogar com a bola e que passou os 90 minutos correndo atrás dos jogadores de vermelho. Se é possível dividir as equipes no futebol atual entre as que gostam de propor o jogo e veem o controle da bola como o caminho para a vitória, no papel de toureiro, e as que preferem se defender e aproveitar espaços no contra-ataque, o estrago pode ser grande quando um time é obrigado a fazer o que não sabe.

— Uma equipe preparada para ser touro sabe o que fazer quando a dominam. Mas o que acontece quando você domina um time que quer, necessita e crê na posse de bola? Você a incomoda, a desordena, a desgasta física e sobretudo mentalmente. Você a obriga a jogar rápido e mal. Uma equipe desordenada você pode agredir mais e melhor. Foi o que o Chile fez com o México— resumiu a análise do colunista Juan Cominges, do peruano “Depor”.

A força do meio chileno ficou clara no primeiro gol (o volante Díaz leva o time ao ataque), no terceiro (seis chilenos pressionam até a roubada de Vidal) e no quarto (Aránguiz e Vidal roubam a bola no meio e acionam Vargas). O bom jogo coletivo faz sobressair o brilho individual, e o Chile teve outros destaques.

O jogo fluiu pelas laterais, principalmente pelo lado esquerdo, com o lateral Beausejour e o atacante Alexis Sánchez, que hoje faz seu 100º jogo pela seleção. Autor do terceiro gol contra o México, Alexis criou as jogadas do segundo e do quinto, em tabelas com Beausejour, e do sexto, com Mark González. Do outro lado, o lateral Fuenzalida e o atacante Puch (dois gols contra o México) ajudam a variar o repertório.

E há Vargas. Centroavante de mobilidade, cria jogadas pelos lados mas tem presença de área, como mostram os quatro gols de sábado. Ele chegou a 31 pelo Chile, perto dos maiores artilheiros da seleção: Marcelo Salas (37), Ivan Zamorano (34) e Alexis Sánchez (34).

Ficha do jogo

Colômbia: Ospina, Arias, Murillo, Zapata e Farid Díaz; Torres e Carlos Sánchez; Cardona, James Rodríguez e Cuadrado; Bacca.

Chile: Bravo, Fuenzalida, Gary Medel, Jara e Beausejour; Marcelo Díaz, Aránguiz e Francisco Silva (Hernández); Puch, Vargas e Alexis Sánchez.

Juiz: Joel Aguilar (El Salvador).

Local: Soldier Field, Chicago.

Horário: 21h.

Transmissão: SporTV.


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