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Em São Paulo, restaurante de Tomio Kikuchi tem cardápio fixo com pratos macrobióticos

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SÃO PAULO – Tomio Kikuchi, 90 anos, chegou do Japão para o bairro da Liberdade em 1955. Já entendia a dieta oriental e achava que a alimentação tinha muito a ver com a longevidade e a boa forma de seu povo. Em São Paulo introduziu, no país, a dieta macrobiótica. Ou melhor, como ele mesmo define, micromacrobiótica. A diferença entre as duas é basicamente que, na micro, qualquer alimento é permitido. “Se a pessoa souber comer carne, ela até pode, em pequenas quantidades.

O objetivo é atingir o equilíbrio”, diz o mestre nonagenário, de uma salinha localizada nos fundos de seu restaurante, o Satori. Desde 1968 Kikuchi serve pratos neste ambiente bem simples, de mesas compartilhadas e cardápio fixo (com ou sem sopa, pratos pequenos ou grandes, de R$ 18 a R$ 30). Ali também se pode comprar alguns dos mais de 60 livros publicados por ele, além de sementes, óleos e raízes. Peixes são servidos eventualmente; o arroz integral (“melhor comida para equilibrar o organismo”), diariamente.

Há muitos outros cereais, tubérculos e alimentos como aguê (tofu frito), gobô (bardana), picles japonês, gergelim e frutas secas. Kikuchi gosta de ser procurado por fregueses e dá várias dicas sobre como “limpar o sangue, segredo de evitar qualquer doença, por meio da alimentação”. O segredo, diz, é mastigar muito, tanto que, tirando o arroz, as comidas são servidas em temperatura ambiente e pouco cozidas. Ele adora mostrar jornais que exaltam seu trabalho e seus clientes ilustres, como Gilberto Gil. “A Bela Gil aprendeu muito comigo”.

O Satori só abre para almoço, de segunda a sábado. Fica na Praça Carlos Gomes 60, perto do metrô Liberdade. Não aceita cartão.

TRAGÉDIAS DE UMA REGIÃO

Com grande elenco — destaque para o Pêro Vaz de Caminha declamado em português de Portugal por Caco Ciocler — a nova peça de Felipe Hirsch, “A tragédia latino-americana” fica em cartaz até 17/4 no Sesc Consolação. A partir de textos literários e com 3h30m de duração, o espetáculo mostra reflexos da colonização nos dias de hoje (sescsp.org.br).

O NOVO MERCADO DE PINHEIROS

Alex Atala é o último nome badalado a desembarcar no Mercado Municipal de Pinheiros, que ganhou no fim do ano passado uma reforma milionária bancada pela prefeitura. Inaugurado em 1910 na região do Largo da Batata, o mercadão continua vendendo frutas, verduras, peixe e grãos em suas barracas tradicionais. Mas, desde o começo de março, tem uma loja/box de Atala dedicada a produtos amazônicos e da Mata Atlântica. Resultado de uma parceria do Atá, organização gerida por ele, com os institutos Socioambiental e Auá. São vendidos itens como conserva de cambuci e mel orgânico do Xingu. Antes de Atala, seu amigo, Rodrigo Oliveira, do Mocotó, abriu o Mocotó Café no local. Uma ótima oportunidade de apreciar os dadinhos de tapioca e a cerveja artesanal de Rodrigo, sem ter que ir até a Vila Medeiros, a cerca de uma hora do Centro.

Experimente ainda a Comedoria Gonzales, do chef boliviano Checo Gonzales, especializado em ceviches. Os peixes, frescos, são todos da tradicional peixaria Nossa Senhora de Fátima, que funciona no Mercadão. Rua Pedro Cristi, 89, Pinheiros. Segunda a sábado, das 8h às 18h. Fecha aos domingos.


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