Zuckerberg diz que vai defender a liberdade de expressão e nomeia Dana White como um dos diretores do grupo Meta: “De volta às origens”
Mundo – Em um movimento que promete redefinir a política de conteúdo do grupo Meta, Mark Zuckerberg, diretor-executivo da empresa, anunciou nesta terça-feira (7) uma série de mudanças estruturais e ideológicas. O objetivo principal, segundo Zuckerberg, é resgatar o compromisso original da organização de “dar voz às pessoas” e reforçar a liberdade de expressão em suas plataformas.
Liberdade de expressão como foco central
Durante um pronunciamento divulgado em vídeo, Zuckerberg criticou o atual sistema de checagem de fatos, afirmando que ele tem sido excessivamente tendencioso e falho. Como solução, a Meta irá substituir os verificadores de fatos por um sistema de “notas comunitárias”, no qual os próprios usuários realizarão a moderação de conteúdo com base em votos. A ideia segue um modelo similar ao do X (antigo Twitter), de propriedade de Elon Musk.
“Estamos animados com este novo capítulo. É o momento de voltar às nossas bases focadas na liberdade de expressão. Os filtros anteriores buscavam qualquer infração às políticas, mas agora estaremos mais focados em combater violações graves e ilegais. Isso irá minimizar a exclusão equivocada de postagens e contas de indivíduos inocentes”, declarou Zuckerberg.
Ele também destacou que as eleições recentes nos Estados Unidos, que resultaram na reeleição de Donald Trump, influenciaram essas mudanças, enfatizando que o momento é propício para priorizar a liberdade de expressão. “Vamos colaborar com o presidente Trump para enfrentar governos que pressionam por mais censura”, reforçou o executivo.
Nomeação de Dana White e novos diretores
Entre as novidades anunciadas, está a inclusão de Dana White, presidente do UFC, como um dos novos diretores do conselho da Meta. White, conhecido por sua estreita relação com Donald Trump e por seu papel na campanha eleitoral do presidente reeleito, se junta a outros dois nomes: Charlie Songhurst, especialista em tecnologia e inteligência artificial, e John Elkann, CEO da holding Exor.
Zuckerberg elogiou as novas contratações, afirmando que elas contribuirão para os avanços em inteligência artificial, dispositivos vestíveis e o futuro das mídias sociais. Dana White, por sua vez, comemorou a oportunidade: “Estou animado para ser uma pequena parte do futuro da IA e das tecnologias emergentes”, escreveu em sua conta no Instagram.
A presença de White no conselho também reforça uma conexão com os interesses pessoais de Zuckerberg. O CEO da Meta, que se aventurou em competições de artes marciais mistas nos últimos anos, incluindo um treinamento intensivo com lutadores do UFC, rompeu o ligamento cruzado anterior durante uma sessão de luta em 2023.
Mudança ideológica e direção futura
A nomeação de Dana White simboliza uma guinada ideológica dentro da Meta, que busca aproximar-se do espectro conservador. O vice-presidente de Assuntos Globais da Meta, Joel Kaplan, também um republicano de destaque, assumiu recentemente a liderança na área política da empresa, substituindo Nick Clegg.
A Meta tem revertido algumas medidas de moderação implementadas nos últimos anos, como a remoção de conteúdos que questionavam a eleição de 2020. Essas decisões foram bem recebidas por setores conservadores, que acusavam a empresa de censura.
