Apesar da fama de “fera” pit bull é mais vítima do que vilão; entenda
Devido alguns acontecimentos, como ataques a seres humanos, a raça Pit bull se tornou um grande vilão no mundo canino e passou a ser temida e rotulada com um comportamento supostamente desequilibrado. No entanto, profissionais e defensores dos animais relatam que a raça é dócil, companheiro e educada, qualquer acontecimento é devido a irresponsabilidade do tutor.
Devido essa fama de malvado, cães desta raça são cada vez mais abandonados, de acordo com os defensores, muitas pessoas adquiriram pit bulls por modismo, e tratando o animal como se estivesse andando com uma arma ou por exibição. O personal trainer, Leonardo Guimarães teve pit bull durante dez anos, pegou quando ainda era filhote, mas teve que doar para outra pessoa, pois ele estava com o comportamento agressivo, os vizinhos chegaram ameaçar, caso não desse um fim no animal. “Eu sempre gostei da raça, mas não consegui lidar com o comportamento, hoje se fosse para escolher, não seria um pit bull”, relata.
Cuidados
O Recanto dos Pit Bulls, é um abrigo que cuida de mais de 60 cães, em sua maioria da raça pit bull, que foram vítimas de maus-tratos. O local tem uma despesa mensal de mais de R$ 10 mil reais, no total são dois funcionários e 15 voluntários a disposição dos cães. Todos os animais estão disponíveis para adoção, foram resgatados, em março de 2013, feridos e desnutridos, eram usados para rinhas, e após uma disputa judicial, os voluntários conseguiram a guarda dos cães, e os mantém em uma chácara alugada.
A voluntária do abrigo, a administradora Elineide Ismar concilia sua vida profissional com a dedicação aos animais há três anos e se entristece com o que é veiculado na mídia, segundo ela, falta informação. Presenciar o quanto é grande o preconceito com a raça também deixa a administradora incomodada. Relata ainda, a importância de adestrar e castrar os cachorros, pois é importante para a raça e ajuda a manter o cão mais calmo. “Um ataque acontece por negligência do tutor, qualquer raça precisa ter um domínio, eu entro em todas as baias, cuido dos cães com amor e carinho e nunca fui atacada”, diz.
Elineide fala que a sociedade criou um mito de que a raça pit bull é perigosa, citou ainda o caso do último ataque que aconteceu aqui em Goiânia, no dia 19 de junho, quando uma menina de um ano foi atacada por um pit bull. Eliene alega que não era da raça pit bull e sim pastor alemão, no entanto, sempre que acontece ataques como estes, relacionam com os pit bulls. “Isso pode acontecer com qualquer tipo de raça, até mesmo os cães pequenos”, explica.
Em 2015, um agente de endemias fazia vistoria de prevenção do mosquito da dengue, ao entrar na casa, a bolsa ficou presa e o cão agrediu com mordidas, o agente ficou gravemente ferido, mas não sofreu sequelas. Esse ataque foi considerado o mais grave já registrado, aqui na capital, pelo Departamento de Vigilância e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.